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quinta-feira, dezembro 8

Crise, atolação, água, carne maionese...

Não, eu não vou postar somente quando estiver viajando. E não, eu não me esqueci do blog. O problema é que eu encasquetei que eu e Tânia deveríamos fazer duas listas: uma é o top ten de bobagens, uma brincadeira (pero no tropo) do tipo "melhor banheiro", "melhor cama", essas coisas; a outra lista é mais séria, tipo um serviço aos interessados em viajar para a região (quais hotéis ficamos, excursões que pegamos, enfim).
(Coisa de jornalista que não consegue deixar de prestar serviços mesmo em um blog pessoal!).

E não fizemos isso ainda, como podem ver. Desde que chegamos muitas coisas aconteceram e a gente perdeu o foco. E eu ainda estou meio assim assim com o blog. É que, de uma hora para outra, ele virou meu e da Tânia, o que acabou gerando em mim uma certa crise. Quer dizer, não me importei com isso, mas achei estranho escrever depois da viagem sobre coisas que não têm nada a ver com a viagem. Sacaram? Acho que foi crise temática e não de possessividade (eu sou chatapracaralho, não?). Enfim, combinei com a Tânia de que, para a viagem dela a Paris, e Itália de rebarba (ela vai passar dois meses lá, de fim de dezembro até fim de fevereiro), ela vai criar o seu próprio blog. Eu já batizei: água tem na carne maionese é óleo. Ou simplesmente água tem na carne. Emblemático, não?
Bom, vou correr com a lista e, quem sabe no fim dessa semana, eu posto finalmente alguma coisa.

segunda-feira, setembro 19

Fotos prometidas!!

Taninha comendo papas com lama-sagrada contra males estomacais... Santa lama.

Cuzco no entardecer. Amo muito tudo isso!
Taninha no trono! Trono Inca, trono Inca...

Admirando

Em Ollanta
"I just call to say I love you!"
Lhama curtindo Machupicchu

Feel the vibration! Taninha tentando sentir as boas vibracoes da pedra.
Voa condor...! Que a gente voa atras! Ai, desculpa... Pessima essa.

Warachikuy!! A tal festa Inca do colegio. Eh mega e mostra as diversas provas que os meninos precisam fazer para se tornarem homens. Uma diversao na manha de hoje (domingo, 18 de setembro)

domingo, setembro 18

Machupicchu

Bel:
A viagem está acabando. Já fomos a La Paz, Lago de Titicaca, Salar de Uyuni, Parque Nacional do Lauca, canyon Colca, Arequipa, Cusco, além de muitas outras cidades e, finalmente, Machupicchu. Vimos a natureza em sua plenitude, vimos o poder de construçao do homem. Sao lugares maravilhosos, todos com alguma coisa especial. Machupicchu vai um pouco além. A cidade sagrada dos Incas, é la creme de la creme da viagem. A cereja do sorvete. Incrível! Fizemos tudo direitinho. Começamos pelo Vale Sagrado - uma espécie de aperitivo. Pegamos o trem noturno que sai de Ollantaytambo e, no dia seguinte, partimos para Machupicchu. Passamos o dia inteiro lá. Foram quase dez horas e ñao queríamos sair de jeito nenhum... Armando, segurança da cidade, contou um pouco da história do lugar pra gente. De graça e com toda a boa vontade. Um amor. Já até pensei em fazer uma comunidade no Orkut para ele! heheheh. Agora, voltamos a Cusco, cidade-berço dos Incas. Uma energia incrível e com bons museus! Enfim, foi ótimo para mim. A viagem perfeita para descobrir um pouco sobre a América Latina e também sobre o Brasil. Mas isso fica para um próximo post.

Bjs.
PS: claro que ainda ñao sei o que fazer no meu aniversário (cai num domingo). Mas tentarei postar aqui com antecedência. Mandem sugestoes, please.

Tânia:
Já perceberam que a Bel tá em clima de despedida, né? É isso aí. Está quase acabando, mas tudo bem pois já vimos muitas muitas muitas coisas!! Hoje fomos brindadas com uma festa Inca de primeira. Pois é, uma vez ao ano um colégio daqui de Cuzco organiza uma festa típica de iniciaçao dos jovens Incas. A festa reconta como os meninos tinham que provar sua força para poderem virar homens Incas, terem direito a usar calça, ganharem uma mulher e começarem a trabalhar. Chama-se Warachikuy e acontece em Sacssauman (ou sexy woman). Sao ruínas Incas a meia hora a pé de Cuzco. Foi tudo ótimo!! Assistimos de cima do morro junto com a galera, sem pagar entrada.

Quanto às fotos prometidas, vamos continuar devendo (pelo menos por hora). Por incrível que pareça estamos num computador sem drive pra CD. De noite arrajaremos um outro pra podermos postar algumas fotinhas.

Beijos a todos.

PS: Adorei os últimos posts!!!
PS2: Please, enviem sugestoes pro aniversário da Bel. Pensamos em fazer um lanche de noite lá em casa, mas estamos com medo de nao ter espaço.

quinta-feira, setembro 15

Em Qosqo

Tânia:
Cá estamos nós em Qosqo, Cuzco ou Cusco, como preferirem. A cidade é uma graça. Devo confessar que tivemos um choque ao chegar em Puno (nossa parada anterior). Que cidadezinha feia!!! Ganhou de La Paz pois além de feia nao tem charme algum. Além disso, sei lá o que me deu que passei muito mal o que quase me impediu de ir aos Uros, a única coisa que faz valer a pena parar em Puno. Mas no fim deu tudo certo. Um dia tomando chá de coca com cream crackers e dieta de pollo e estou bem de novo. Ah sim, os Uros!! Sao as ilhas flutuantes feitas de totora nas quais centenas de famílias vivem. Bem diferente. Vale a pena a sensacao de andar por cima do lago pisando numa espécie de palha que parece que vai afundar a qualquer instante. Depois visitamos Silustani. Uma regiao com ruínas de tumbas Incas e Pré-Incas. Interessante também, mas foi mais divertido a parada final numa casa local onde nos mostraram alguns dos custumes locais. Eles comem batata cozida com lama!!! isso mesmo. Fazem uma papa de terra misturada com água e sal e passam na batata. Dizem que é bom pro estômago. Já que eu tinha passado mal o dia todo tive que experimentar, mas nao tive coragem de dar mais que umas duas mordidinhas.

Bom, mas conforme anunciado no início, agora estamos em Cuzco. É impressionante a quantidade de coisas que se tem pra visitar aqui. A praça de armas é uma gracinha. Tem milhares de igrajas e museus, além de todas as ruínas aqui em volta. Amanha visitaremos o vale sagrado (as cidades em volta) de noite iremos pra MachuPichu!!

Beijos a todos


Bel:
Amy-Cartilagem, just after your first e-mail, Tania had another piriri (well, another version of a piriri)! She spend the night visiting the loo! Your fault, your fault! Amasing your power... (bueno, Tânia doesnt agree).

É bem verdade que depois da papa de papa com terra, a Taninha ficou óótema! A gente bem que deveria ter pego um cadinho da pasta para futuros piriris (sao inevitáveis)...

Sobre Puno: encontramos dois meninos brasileiros que chegaram em Puno, se assustaram e imediatamente saíram de lá. É feia de doer, coitada da cidade. Nem foram ver uros, nem nada.

Ana, por que vocês ñao consideram Cusco e MachuPichu¿? Recomendo. Agora, uma pergunta: que diabos vocês fizeram com suas carteiras de identidade, malucos¿? Quando vocês pretendem ir e quando voltam¿? Estou com saudades!

Ah, Mila, para mudar o chuveiro você precisa do Gabriel. hahahahahahahah. É que tem que mudar lá em cima, com altura para ter certeza absoluta de que o pininho vai para o lugar do morno. Sem vacilos ou com vassouras. hehehe. Eu sofro também, sei do seu sofrimento.

Beijos a todos.

Tânia:
Mila, tem que segurar o pino com dois dedos e voltar ele pro meio bem devagar.

Gente, nao ficou faltando nenhuma foto no post anterior. O computador maluco só tava dando um espaço no início, mas tá tudo lá.
Beijos

Bel:
Dora, ma, Pedro, como estao os pagamentos da casa¿? E-mail us please.




domingo, setembro 11

Fotos Lauca

Continuando o mundo animal, apresentamos... Vizcacha (é assim que se escreve!!!!!) ninja! yyyaaah!


Taninha no salar de Surire

Pôr-do-sol no pueblo Guallatire, no meio do Lauca

Este é o vulcao Parinacota e logo na frente o lago Chungará, o mais alto do mundo. Fica no Chile, praticamente na fronteira com a Bolívia.

Nós na frente dos vulcoes gêmeos. O da direita é o famoso Parinacota.
Bel: Um dos últimos registros do meu querido casaquinho de alpaca. Depois, ele sumiu... Deve ter ficado do hotel em Putre ou em Arica. Ai...que triste. Tao lindinho, tao gostosinho...


Diretamente da cidade Branca

Tânia:
Cá estamos nós em Arequipa, também conhecida como a cidade branca por causa da pedra utilizada em suas construçoes. Ontem voltamos do Canion do Colca, onde além de visitarmos vários pequenos povoados, vimos condors, a ave sagrada dos Incas. O problema é que todo o tour é turístico demais (Bel: pode parecer redundante, mas ñao é). Além de ter milhares de turistas fazendo a mesma coisa que nós, sempre que parávamos em um pueblo tinham criancinhas vestidas tipicamente posando pra fotografias e, é claro, pedindo dinheiro. As vezes, elas ficavam dançando também pra ganharem dinheiro. Um pouco deprê. Mas vale a paisagem e, é claro, os condors. Amanha iremos pra Puno (o lado peruano do Titicaca) e de lá pra Cuzco.

Beijos a todos

Bel:

Esqueci de passar uma informaçao importante sobre o Lauca (Parque Nacional chileno). Durante o governo militar de Pinochet, o Chile colocou diversas minas na fronteira com a Bolívia. E, como se ñao bastasse, elas continuam por lá. Como disse nosso guia, "minas contra los inimigos." É, país pobre é o inimigo....

Entre o Lauca e o Colca, acho que fico com o Lauca. Ñao me levem a mal, gostei do passeio do Colca, mas é que a paisagem é mais interessante no parque chileno. Bom, mas tiramos boas fotos do grande urubu (Tânia: Incas, perdoem-na), que pode ter até três metros com as asas abertas. Me senti no Corcovado, só que eu conseguia tirar foto da atraçao sem turistas. heheheh.

Arequipa é uma cidade incrível. Adorei. Quando chegamos queria sair logo daqui e voltar para o mato (digo, para o deserto) e para os pueblos. É o caos! Para os paulistas, que vivem dizendo que o trânsito no Rio é terrível, hahahahahaha. Eles ñao conheceram os ticos, microtaxis arequipenhos que ñao sabem o que é esquina, sinal ou cruzamento. E ñao sabem dirigir sem buzina. Mas os espanhóis foram generosos por aqui, com grandes monumentos. A Plaza de Armas, as iglesias sao enormes e fartas. Lindo. Arequipa, Arequipa, Arequipa!!!!!!

Vamos tentar postar algumas fotos (do Lauca) e alguns vídeos (antigos).

Beijos a todos.

PS: Dora, você saberia caramelizar pecans¿? Quero muito isso!

PS2: Ñao sei exatamente o que vou fazer no meu aniversário. Queria fazer a tal jogatina, mas ñao sei se cabemos todos lá em casa... Alguém tem alguma sugestao¿?

PS3: Dimitri, Chirol, como foi o show¿?¿?!!!!!

quarta-feira, setembro 7

Hola de Perú!

Tania:
Estamos em solo peruano. Na fronteira, é bem verdade, mas aqui estamos. No momento estamos na rodoviária de Tacna, esperando o onibus para Arequipa. Amanha estaremos partindo rumo ao Canion do Colca que dizem ser mais alto do que o próprio Gran Canyon. Veremos. Prometo fotos do Lauca assim que chegarmos num computador com porta USB e logo em seguida fotos do Colca. Aguardem notícias.

Beijos a todos

terça-feira, setembro 6

Camelídeos das Américas

A lhama eh a maior, menos assustada (eh domesticada) e muito fofa!

Essa, ou esse, eh uma Vicunha. Ela eh selvagem, menos peluda, mas magrinha. Uma lady, enfim.


Ricardo, alpaca, alpaca, Ricardo...
A Alpaca eh tipo eu: baixinha e gordinha.

Tânia:
Pai, este post é em sua homenagem.

Pra quem achava que a gente tinha visto poscas llamas, agora vimos muitas llamas, alpacas e vicunhas. E infelizmente poucos ganacos.

As llamas e alpacas sao domésticas enquanto as vicunhas e guanacos sao silvestres. As llamas sao mais altas do que as alpacas e têm menos pelo. O pelo das alpacas (que é mais valorizado que o da llama) é mais cheio e já começa no nariz dela. As vicunhas e guanacos têm menos pelo e uma única corm, sendo os grauanacos um pouco mais ecuros e altos do que as vicunhas. Além disso este vivem abaixo dos 4 mil metros, enquanto as vicunhas vivem acima. O pelo das vicunhas é o mais valorizado de todos e é totalmente exposrtado. Dizem que o Japao o utiliza para confeccionar roupas de astronautas.

E aí, restou alguma dúvida?????

Beijos
PS: reparou que todas estavam posando para a camera carismatica de Taninha, nao¿?
PS2: Legendas by Bel Butcher

De volta a Putre

Tânia:
Bom, voltamos a Putre. Passamos dois dias no Parque Nacional Lauca e estamos de volta. Foi tudo ótimo!!! Primeiro fomos ver vizcazas (será que se escreve assim?), parecem coelhos (Bel: mas sao roedores, na verdade) e em seguida rumamos pro Salar de Surire. É bem verdade que este salar é mais fraquinho que o de Uyuni, mas é bonito. Pra terminar o dia resolvemos entrar numa terma natural, ou seja, numa piscina de água quente. Só que a água é quente justamente por causa da atividade dos vulcoes na área e isso faz com que a água, além de quente, tenha cheiro de enxofre. Bom, colocamos nossos biquinis e entramos. Apesar do frio que fazia lá fora a água estava bem quentinha, só que no fundo havia uma lama nojenta!!! Saímos dali fedendo a enxofere o fomos pro Hostal em que passaríamos a noite, no Pueblo de Guallitire. Acho que o Hostal era a única casa habitada do vilarejo que fica a uns 4200m. Acontece que o frio havia congelado o encanamento e por tanto nao havia água corrente. Fomos dormir fedendo a enxofre e assim ficamos por todo o dia seguinte até chegarmos aqui em Putre. Ou seja, parece que ficar sem banho está se tornando a nossa especialidade. Apesar disso, o dia de hoje foi maravilhoso (Bel: Alcira, nao foi dessa vez!). Fomos ao lago Chungará, o mais alto do mundo (Bel: o mais alto ñao navegável do mundo). É lindo!!!!!!!!!!! Depois fizemos um passeio pelo lago Cotacotani e voltamos a Putre. Tudo lindo. Vou postar umas fotos já já. Vejam também as novidades do videolog.

Beijos a todos


Bel:
A Tania ficou todo o Identidade Bourne 2 (2!!!) fazendo uploads e eu fui obrigada a ver aquela merda de filme... Eh que o povo aqui do hostal alugou... Paciencia. Estava mesmo torcendo para eles colocarem La Aldea (quem descobrir qual eh o filme, ganha um beijinho de uma viscaztia).
Lauca foi ótimo. O segundo dia bem melhor. Estou morrendo de sono. Sao 22h e quero muito dormir. E olha quem nem acordamos antes do sol nascer! Um milagre durante esses tours. Mas, como disse a Taninha, aqui do meu lado, "fazer cendero a mais de 4000 metros cansa!" E como.
Boa noite, bjs.

domingo, setembro 4

De volta às alturas

Tânia:
Oi gente, já estamos em Putre, novamente na marca dos 3500m. Pois é, nao conseguimos ficar muito tempo longe das montanhas. Amanha de manha saimos cedo rumo ao salar de Surire, dormimos numa cidadizinha no caminho (aos 4200m) e depois vamos visitar o lago mais alto do mundo, no Parque Nacional do Lauca (nao, nao, o Titicaca e o lago navegável mais alto do mundo). Segunda estamos de volta em Putre e em seguida partimos pro Peru. Acaaos de colocar uns videos no videolog. Dêem uma olhada lá. O link está na barra lateral.
beijos a todos

sábado, setembro 3

Fotos: do Salar a Iquique

Observando a imensidao branca que percorremos no Salar (tripezinho eh otimo!)

Essa foi nossa primeira laguna altiplânica. Cheio de llamas!!!!

Uma das quinhentas fotos de flamingo na Lagoa hedionda (ou melhor, fedorenta)

Olha o frio quie a Bel tá sentindo!!! isso é em Laguna Colorada, onde a gente passou a noite. Dizem, que fez uns -10 graus.


Um dos poucos registros de San Pedro de Atacama (antes de subir o po)

Estes sao os pelicanos de Iquique. Simpaticos, nao? Ficam so do lado da peixaria esperando uma sobrinha de peixe.

... Gone With the Wind ou Dust to Dust, Ash to ash

Bel:
Antes de realmente comecar o post, uma observacao: essa eh a terceira vez que tentamos postar. Na primeira, o computador deu tilte. Na segunda, o vento fez o favor de acabar com a luz de toda a cidade de Atacama. Vamos la...

San Pedro deveria ser a cidade para muitos tours e passeios curisosos como astronomicos, para ver as estrelas; a cavalgadas e vales da morte, da lua, geisers e outro salar. Mas nada disso aconteceu. Quer dizer, quase nada disso. Conseguimos ir ao Vale de la Muerte e ao pe do Vale de la Luna. Mas nao conseguimos subir nas dunas do vale da lua. Estavam cerrados. O motivo? Veeeennnnto, muito vento!!! Estava perigoso assistir ao por-do-sol e acabamos o tour na estrada, acima do vale da lua, com um por-do-sol simpatico, mas com muita areia. E um frio de lascar.
No dia seguinte, mais problemas. As agencias desmarcaram todos os passeios. Conclusao: decidimos sair de Atacama antes do previsto. Paciencia. Fica para a proxima, quando formos percorrer o Chile de carro, ponta a ponta (isso pra la de 2008, mas vamos!). A cidade seguinte foi Iquique. Mar!, porem regiao desertica. Ficamos no Hostelling International cujo dono eh muito simpatico. Alias, Alcira e Bo, os quartos nao sao la muito bons. Ficamos num doble, sem baño, com tres camas. Uma beliche. Pequeno, muito pequeno (o quarto), mas o albergue era bastante charmoso e acolhedor. Ele compensa com outras coisas. Deu toda a assistencia que precisavamos para andar pela cidade e ligou para albergue de Arica para a gente. Um amor, o sujeito.
Estamos agora em Arica, uma cidade froteira com o Peru e Bolivia. Trash. Assim que me dei conta da cidade pensei: se usasse drogas, essa seria a bad trip. Nao sei porque me veio essa associacao, mas, enfim.... Agora que ja passeei um pouco, achei melhorzinha. Mas nao se compara a Iquique, que eh mais simpatica e acolhedora. Especialmente pelos seus pelicanos e leoes-marinhos. Ah, e claro, pela ZoFri!!!! A maior Zona Franca da America do Sul! Uau! Como eh grande. Passamos a tarde inteira la e queria levar tudo. Claro que nao levei. Mas deu para brincar um pouquinho.
Bjs., saudades.


Tânia: (meu acento voltou!!!!!)
Gente a Bel quase comprou um lap top e um home theatre hehehe Eu quero uma Zofri no Rio!!

Bom, vamos voltar ao pó. Vocês podem imaginar o que é uma cidade no meio do deserto, cercada de areia e montanhas por todos os lados com vento? Pra dar uma noçao, nos nao conseguiamos ver os Andes. Aquela cordilherazinha, pequenininha... Pois é, estava coberta pelo pó. Nao dava nem pra andar nas ruas de San Pedro que obviamente sao de pó. E quando acabou a luz entao, nem a internet restou. Tivemos que ir embora. Mas tudo bem, como disse a Bel, os Geisers ficam pra uma próxima viagem. Fomos de lá Calama e tivemos que esperar o ônibus por umas 7 horas. Fomos ao cinema, já que nao tinha nada pra fazer. Vimos Conociendo a Julia hehe. De lá fomos pra Iquique e hoje chegamos em Arica. Amanha partimos pra Putre de onde vamos fazer uma excursao de 2 dias pra conhecer o Parque Nacional do Lauca, a reserva das vicunhas e o salar de Surire. Pois é, nao vimos o Salar de Atacama, mas salares nao nos faltam por aqui hehe. Alci, Bo, lembramos tanto de vcs no Albergue de ontem. Ficávamos analisando tudo e tendo idéias pra passar pra vcs. Depois conversamos. Como andam as obras???

Bom, beijos a todos. Estamos descarregando novas fotos agora mesmo e vamos tentar postar algumas.

Bel de novo:
Essa viagem esta me fazendo ter mais esperancas na humanidade. Ela nao eh tao desumana assim (quem ouve legiao urbana vai me entender). E quem me conhece sabe como sou rabugenta. Mas encontramos pessoas tao legais, tao simpaticas, tao solicitas que me da vontade de dar mais creditos aos homens e as mulheres (Tânia: o CD chegou!! O Cd das fotos chegou!!!). Agora que a Tania (sem acento!!!!) me cortou o barato, digo ate mais.
Bjs.

PS: Os comentarios estao diminuindo!! Ainda faltam 21 dias de viagem, galera!


terça-feira, agosto 30

E as fedorentas chegam ao Chile

Tania: OI!!!!!! Ja estamos postando do Chile e pelo visto esse teclado e pior do que o Boliviano. Nao conseguimos achar o acento agudo agora. Enfim... Chegamos hoje apos a MARAVILHOSA travessia do Salar de Uyuni. Foram tres dias de travessia (sem direito a banho). Bom, na verdade na primeira noite tinhamos a possibilidade de um banho gelado com uma temperatura de no maximo uns 3 graus la fora (e so um pouquinho mais dentro do benheiro ja que os Bolivianos nao conhecem a palavra calefacao). Na segunda noite nao tinhamos agua corrente, entao nem pensar em banho. E nem pensar mesmo pois estava um frio dos diabos. Diz o nosso guia que fez 10 graus negativos durante a noite. E claro que ninguem tinha termometro que e pra nao assustar. Eu dormi com 3 camadas nas pernas e 4 na parte de cima (ou seja tres calcas e 4 blusas ou casacos) alem de um saco de dormir enfiado embaixo de tres camadas de cobertos e um gorro na cabeca. Depois de uma meia hora parada na mesma posicao deu pra nao sentir frio. Quando acordamos (as 5 da manha, antes do sol nascer) a Lagoa que fica do lado do abrigo estava com todas as bordas congeladas. Nao, gente, nao foi ruim. Tou dizendo que foi maravilhoso!! Apesar disso tudo a paisagem e linda, espetacular. Vale muito a pena!!!! Fizemos isso tudo dividindo o carro e os quartos dos abrigos com um casal de canadenses e um casal italiano. O pior e que este ultimo casal ainda continuou por la por mais dois dias pra escalar um vulcao. Estes sim sao loucos hehe. Bom, mas chegamos no Chile sao e salvas e felizes apesar de cansadas e imundas. Depois de un baño caliente estamos novinhas em folha e prontas pra outra.
Bel:
Nossa, pensei em tantas coisas para escrever e agora nao sei como fazer. Mas vamos por partes, aproveitando que Taninha ja deu uma boa geral dos dias incriveis no Salar de Uyuni.
Em primeiro lugar, quero agradecer a todos que nos ajudaram antes da viagem, emprestando coisas. Carol, sua mochila ta encarando um perrengue danado. Muita poeira. Comprei uma capa para a mochila que ja ganhou um pequeno rasgo (calma, a capa, a capa!). Ta suja, coitada... Mas amei a bichinha e acho que, quando voltar, compro uma igual ou parecida. Fatima e Fe, valeu pelos sacos de dormir. Acabei nao levando os seus, Fatima, mas o que contou (e muito, por varios motivos) foi a sua disposicao e intencao. A head lamp esta aqui comigo. Valeu, Pele!!! Daniel, o seu bone com protetor de orelhas foi util nos primeiros dias e serviu de inspiracao para eu comprar um na Bolivia. Bom, agradecimentos nao faltam a vovo querida, mama maravillosa, Peter perfeito e a Dora e Ricardo (ja que acabei filando uma penca de meias quentinhas de voces e a luva!). Acho que estou com saudades (Taninha esta perguntando o que deu em mim) e tambem querendo resolver uma porcao de coisas que acabei deixando por ai.
A viagem esta sendo incrivel (nossa, depois da paulistanizacao do gerundio, falar assim me da nos nervos). E, apesar do paragrafo acima, ate que consigo me desligar das coisas dai (com excecao da Panquequinha, claro!!!, Alias, muchas gracias a todos que foram visitar a bichinha, inclusive ao Gaspar, que nao falha nesses momentos dificeis da irma de criacao). Como eu ia dizendo... Muitas paisagens novas, paises diferentes e incriveis. Eu descobri que gosto de experimentar paises, culturas e paisagens. Tem gente que prefere outros tipos de experiencias. Eu nao. A America Latina eh impressionante a cada momento.
Agora estamos mais calmas em San Pedro de Atacama. As coisas no Chile sao muito mais caras e acho que vamos maneirar na manteiga (ou melhor, na grana).
Bom, e melhor irmos. Estamos cansadas e ha muito tempo na Internet. Ora de desligar dai e curtir o deserto chileno (sao muitas opcoes, mas aguardem fotos novas!!!!).
Beijos,
Bel
Tania: Gente, acho que a falta de oxigenio mexeu com ela. E que estivemos a 5mil metros hoje. Alias, esquecide dizer: tinhamos outra opcao de banho: aos 4800m mais ou menos podiamos ter entrado na agua, numa fonte de agu quente. Mas achei melhor ficar la fora mesmo com as minhas 6 camadas de casacos (nao estou brincando), brincando de pisar na agua congelada a uns 30 metros de onde alguns loucos estavam submersos na agua (no me perguntem como eles sairam depois, pois eu nao fiquei pra ver)
Bom gente, beijos a todos!!!!1
Bel
PS: A Tania escreve como pensa. Eh incrivel como ela se esquece das virgulas!!! Depois nao quer ninguem editando ela!
A tal fonte de agua caliente que ela fala tem uns poucos centimetros de profundidade. Dava para mergulhar os pes, mas alguns se deitavam para aproveitar. Mas estava a uns 35 graus! O que beleza?!!!
OUtro dia, aqui mesmo em Atacama, teremos a possibilidade de pagarmos esse mico. E postaremos. Prometo.
Bjs mais uma vez

Novas fotos

Gente, o blog faz o favor de colocar as imagens fora de ordem. Sorry.
Nos na Ilha do Sol: no meio da travessia. Sao, ao todo, oito quilometros, em 4200 metros de altitude. Para nos quatro (o holandes e a inglesa) durou quatro horas. Foi uma delicia, eh claro que vimos ruinas, mas nem todas. A paisagem e o papo acabaram nos dispersando. Foi MARAVILHOSO! Recomiendo.

Bel no Labirinto durante a travessia da Ilha do Sol: olha so, uma ruina!
Pra quem tiver alguma duvida, isso ai atras nao e o mar e sim o Lago de Titicaca.

Taninha e uma parente antiga: em Tiwuanaku, proximo a La Paz

sexta-feira, agosto 26

Fotos


Ñao conseguimos postar no videolog as imagens porque precisamos de um programa para diminuir as imagens e aqui ñao temos... Entao, vamos postar aqui mesmo. Essa é uma vista de La Paz. Parece ou nao com uma favela?





Somos las Muchachas de Copacabana

Bel:
Bom, em primeiro lugar, acho que nao me expressei muito bem no primeiro post. Eu adorei La Paz, apesar de ser feiapracaralho. As pessoas sao ótimas e aproveitei bastante.
Depois de três dias em La Paz fomos para Copacabana. Lá é uma vila turística simpática. Parece Arraial do Cabo ou algo do gênero. Simpática, mas dos gringos. Pegamos um barco-tortuga que leva suas horas e meia para chegar ao lado norte da Ilha. Um frio dos diabos. Minhanossasenhora! Foi gorro, cachecol, luvas.... e nada me esquentava. Só pensava no matte de coca... Acho que viciei :-)
Lá, partimos para uma jornada, atravessando toda a ilha. Ñao fizemos sozinhas, claro. Amy, uma simpática inglesa e o Ted, um holandês com piriri fizeram conosco as quatro horas de caminhada. Foi ótimo. Conversamos bastante e, por isso, ñao nos perguntem muito sobre as ruínas encontradas no meio do caminho. Eu juro que vi uma pedra em forma de puma (um dos animais sagrados da cultura inca). E só. Foi oóóóóóóótimo.
Bom, vou deixar para a Taninha.
Besos.

TÂnia:
OI gente!! Queria agradecer todos os comentários! É ótimo ter notícias e saber que vcs estao nos acompanhando hehe.
Como a Bel já disse, a travessia da Ilha do Sol foi ótima!!! Agora estamos de volta em La Paz para nos despedirmos da civilizaçao e partirmos em direçao ao Salar. Segundo a Amy nao fará menos de -10 graus por lá entao estou super tranquila haha. Bom estamos adorando a viagem e realmente parece que estamos aqui por muito mais tempo, pois já fizemos tantas coisas... Os Europeus que encontramos estao todos viajando a uns 4 meses. Incrível a facilidade que ele têm para ficar tanto tempo fora. Eles largam o emprego por 1 ano, viajam e depois voltam. Também estamos impressionadas como todos falam espanhol. Os Bolivianos têm se mostrado super simpáticos e nao tivemos nenhum tipo de problema. Aliás, ontem estávamos na praça principal de Copa e de repente apareceram dezenas de soldados com escudo, arma e tudo o mais. No início ficamos preocupadas, mas depois descobrimos que era só um treinamento em plena praça pública. Tava ridículo. Eles soltavam bombinhas de festa junina pra simular os tiros e até usaram máscaras contra gases. No fim acabaram levando ums tomates na cabeça hehe.

Bom gente, vamos tentar colocar algumas imagens no videolog já que agora já temos coisas em CD (sim, sim, eu lotei o cartao de memoria. Dêem uma passadinha por lá. O Próximo post deverá ser só no Chile na segunda ou na terça.

Beijos a todos

Bel de novo:
Pê, quando você for visitar a Panqueca, veja se ela quer água. Ela toma na mao, na pia do banheiro (sim, sim, ela é mimada).
Ah, Taninha manda avisar que o celular nao funciona. Tentaremos no Chile.
Outra informaçao que esqueci: El Alto tem 1 milhao de habitantes e La Paz também tem 1 milhao.
Amanha só viajaremos. Chegamos em Uyuni tarde, umas 22h30 e saímos no dia seguinte para o passeio pelo Salar. Tres dias para a Tânia lotar os dois cartoes de memoria.
Besos, cuidem bem da Panqueca, please... Ela esta carente.

segunda-feira, agosto 22

3500 mil metros - primeiro post

Tânia:
Oi gente! Aqui estamos nós a 3500 metros de altitude em pleno centro de La Paz. Por hora estamos passando no teste. Umas dores de cabeça que passam com uma combinaçao (en español no hay til, sólo tilde) de chá de coca e tylenol com cafeína. Recomendo, a combinaçao é perfeita (Meu Deus, tira essa jornalista crítica do meu lado. Ela tá querendo editar meu texto!! O T é duro, Bel. Náo sai). Bom, já passeamos por La Paz, fomos ao Vale da Lua, exploramos todas as crateras e voltamos em pé num ônibus escolar lotado. O pobre do Alemao que estava do nosso lado nao conseguia nem mesmo ficar em pé no onibuszinho, mas aqui é super comum esse tipo de transporte. Hoje estivemos em Tiahuanaco com uma excursao. Pena que está tao destruído e faltam muitas escavaçoes.

Bel:
Bom, vocês viram que a Taninha se apegou ao alemao. Até botou o cara com A maiúsculo e tudo. Mas nem descolou o ¨apellido¨ dele (¨a Bel que tava doida pra ir pra Tiahuanaco com ele¨, diz a Tânia, chatapracaralho...).
La Paz é, sem dúvida, a cidade mais feia que já conheci e provavelmente a cidade mais feia que conhecerei. É um imenso vale. Chegamos por El Alto, onde fica o aeroporto. É uma cidade bem nova, fundada nos anos 80 e hoje tem 1 milhao de habitantes. As camadas mais pobres moram lá. El Alto fica a 4100 metros de altitude É isso mesmo: quanto mais alto, mais pobre. Nosso hotel, Alem, fica a uns 3600 (somos ricas!). Moleza. Como Taninha já disse, nada que um chá de coca e um tylenol nao resolvam (ah, e caminhar como uma velhinha, muito mais velhinha do que nossas avós, claro). Apesar da feiura, La Paz é uma cidade interessante. Nao há uma esquina que nao tenha uma bandeira boliviana. As pessoas sao atenciosas e gentis. Comemos empanadas de queso e sao muito gostosas. Eu ja nao me interessei muito pelas salteñas de pollo, mas Taninha gostou... Bom, amanha partimos para Copacabana.

Tânia:
Gente, eu esqueci de falar uma coisa: nosso hotel fica no meio da Saara. Tipo assim, na rua da Alfândega. A gente sai e quase tropeça nos gorros e cachecols expostos no chao. Virando a esquina damos de cara com os fetos de llama (todos usados como oferenda para a Pachamamma - que seria tipo a Deusa da terra), amuletos e uns doces com cara horrível.

Bel:
Mandem notícias por aqui. Em breve (assim que gravarmos um CD), vou atualizar o videlog. (Tânia: nao, eu ainda nao lotei o cartao de memoria da maquina. Nem mesmo o primeiro).
(Bel: também, espera só voltarmos de Copacabana...).



TANIBEL
Besos, besos!!!!!
Panquequinha, nós ainda te amamos!!!! Saudades!!!!!

segunda-feira, agosto 8

Atenção, obs.

A idéia aqui é dar dicas de viagem, ok? É enfadonho para quem não vai viajar. E eu pretendo também, aqui, mandar notícias. A quem interessar.

De Titicaca (Bolívia) a Arequipa (Peru)

Na pesquisa que fizemos descobrimos que a Bolívia é baratíssima. Já sabíamos que iríamos economizar bastante, ainda mais se compararmos com o Chile. Para vocês terem uma idéia, os hotéis não passam de 15 dólares para duas pessoas! Mas é bem verdade que eu não estou esperando luxo e muito menos glamour. É coisa simples, mas com banheiro no quarto. Quando se viaja para a Bolívia, uma das primeiras coisas que se deve perguntar é se tem água quente. Nem todos os hotéis tem e se tem, nem sempre é o dia todo. Pelo o que vimos, em Copa poderemos economizar ainda mais na comida. Depois das 18h, o melhor lugar para se comer é o mercado. E o mais em conta também. Trutas custam 1 dólar. Hamburguer com fritas, apenas 25 centavos de dólar. É claro que isso deve ter inflacionado. E é claro que eu não vou arriscar de tomar suco (por 15 centavos de dólar). Ou pelo menos não sem um clorin esperto.
De Copa, a idéia é passar uma noite na Ilha do Sol, a mais bela do Lago. Os passeios falam também da Ilha da Lua, mas ninguém conseguiu nos convencer de que vale a pena gastar horas num barco para ir até lá. A Ilha do Sol é imbatível, parece.
Depois, voltamos para La Paz e partimos, de trem, para Ururo. Lá, é a porta de entrada para o Deserto de Sal da Bolívia. Nossa maior aventura, acho eu. Serão três dias de muito frio, mas muita paisagem deslumbrante. Na segunda noite de salar, vai ser perrengue. Dizem que em agosto/setembro a temperatura pode alcançar -15ºC. Isso mesmo MENOS. E, para completar a situação desconfortável, os seis da excursão dormem juntinhos, num mesmo cômodo, SEM calefação. Isso mesmo. Só a roupa do corpo, um cobertor que eles dão e um saco de dormir (que nós teremos que levar) para aquecer. Se eu agarrar alguém será por sobrevivência!!! (até porque, banho, nem pensar, né?! Ou seja, aqueles europeus, ou israelenses vão estar fedendo mucho).
De lá, cruzamos a fronteira com o Chile e vamos para o deserto de San Pedro de Atacama. Serão de três a quatro dias por lá, visitando o Vale da lua, o Salar do Atacama, fazendo tours das lagoas antiplânicas, tours arqueológico ou astronômicos (!!!), além dos Geysers, uma das principais atrações. Nesse passeio, acordamos (ou nem dormimos) de madrugada porque precisamos chegar até os geysers umas 6 da manhã. Geyser (fala-se gaisers), são campos geotérmicos, com buracos no chão que expelem colunas de vapor com temperaturas que atingem 85ºC (só para contrastar com o salar de Uyuni, na Bolívia). Ao amanhecer (taí o motivo de acordar tão cedo), esse jorro alcança uns 7 metros. Ao redor, formam-se piscinas, nas quais poderemos mergulhar (os mais corajosos, claro).
Depois, partimos para Calama, a cidade mais próxima de Atacama. Lá, pegamos um ônibus até Iquique, um ponto diferente na nossa viagem. É que lá fica a maior Zona Franca da América do Sul... Ai, ai... Descontrol total, me segura, me segura!...
A gente está subindo, pelo Chile, mas aos poucos. Iquique serve de parada estratégica para chegarmos até Arica, um balneário (pelo o que vi, muito mais ou menos e que me lembra Palmas, TO... arrepios, arrepios!) que, por sua vez é porta de entrada para o Parque Nacional do Lauca.
Segundo a Unesco, é uma das reservas de biosfera do mundo. Lá, serão 3200 metros de altitude, com picos de 6300 (eu não pretendo ter essa experiência...). O lago Chungara é o lago mais alto não navegável do mundo, a 4500 metros (Titicaca é o mais alto navegável. Nossa, quantos recordes vamos encarar nessa viagem!) Em compensação, a paisagem é deslumbrante, com vulcões ao redor. Bom, a dica é ir de setembro a dezembro, quando a temperatura está mais tranqüila, tem pouca chuva. Como o passeio é de mais de um dia, vamos dormir em Putre.
Terminando o passeio, se vivas, voltamos para Arica e pegamos um ônibus até Tacna para pegar um ônibus até Arequipa, no Peru.
Ufa.
Arequipa é conhecida como "cidade branca" por causa da cor da lava vulcânica, usada em boa parte das construções. Dizem que é muito bonita. Aliás, já sei que vai ser difícil estipular quem ganha: Peru ou Bolívia. São países muito, muito bonitos. Tenho certeza que, por mais que navegue na internet, a viagem vai me trazer boas surpresas.

quarta-feira, julho 27

Algumas vezes elas atrapalham e você pensa que já conhece alguém

Limites, bordas, margens. Teto, chão. Casa completa.
Você quer palavras? Então arque com as conseqüências de nem sempre entender, ser entendido ou de imprimir sentido. Às vezes elas somem. Não deixam vestígios.
Ardilosas, escorregadias, traquinas. Palavras para que? Para mim, para mim.

sexta-feira, julho 1


Esse é o mapa da viagem. Não sei se dá para ver direitinho.... As linhas vermelhas, nosso itinerário: Bolívia (La Paz, Tiahuanaco, Copacabana, Lago de Titicaca, Salar de Uyuni); Chile (São Pedro de Atcama, Calama, Iquique, Arica, Putre, Parque Nacional do Lauca); e Peru (
Arequipa, Canyon do Colca, Puno, Cuzco, Machu Pichu, Olantaitambo, Pisac e Lima). UFA!
Mas ainda não fizemos reservas de nenhum hotel ou passeio. Durante o mês não teremos muitos problemas, nem feriados (insuportáveis durante uma viagem longa como essa). Apenas em Arequipa teremos que correr contra o tempo e reservar o hotel e o passeio para o Colca o quanto antes já que a cidade abriga uma convención de minería... Isso está me deixando tensa. Muito tensa.
Mas nem posso reclamar dessa tensão pré-viagem. A minha última internacional foi dois dias depois do 11 de setembro, para a Europa. Apenas dois dias de Budapeste e estavam as mães, aqui no Brasil, desesperadas, querendo a todo o custo que a gente consideresse voltar para o Brasil. Como não conseguiam nos fazer desistir, mudaram a estratégia e começaram a nos convencer que um passeio pelo country side britânico seria bastante pitoresco. Mas Tânia e eu resistimos e fizemos o que estava planejado. E com direito a viagem em TGV e tudo (borrando de medo, claro).
Bom, voltando à viagem de agora...

O PONTO DE PARTIDA é La Paz, Bolívia. O epicentro dos principais acontecimentos políticos bolivianos, cidade alta que deusmelivre! São mais de 4000 metros de altitude. Para quem não sabe, a cidade tem formato de xícara. A gente chega em El Alto (que é outro município ou algo equivalente) e a parte raza fica 500 metros abaixo. Ou seja, para andar não vai ser moleza, não. Muita folha de coca nessa hora. Lá, tem o mercado das bruxas, igrejas, museus, essas coisas.
No último dia, a idéia é pegar um taxi e fazemos três paradas. A primeira é no Vale da Lua (em tudo quanto é canto tem um vale da lua), que fica a uns 20 quilômetros de La Paz. Depois é a vez de Tiahuanaco (Tiwanaku, 3.845m, 70 quilômetros de La Paz), considerada a cultura mais importante do período pré-Inca, e um dos sítios arqueológicos mais importantes do país.
O ponto final é
Copacabana (At the copa (co!) copacabana/ (copacabana)/The hottest spot north of havana (here)/At the copa (co!) copacabana/Music and passion were always in fashion/At the copa.... they fell in love). Bom, Copa é a entrada boliviana para o Lago de Titicaca. Um deslumbre, dizem. E, pra variar, nas alturas. É o lago navegável mais alto do mundo (mais de 3800 metros de altitude). A idéia é dormir uma noite na Ilha do Sol, a mais bela de todas.
Mais tarde conto o que tem no Lago de Titicaca e qual será o próximo pit stop.

quinta-feira, junho 23

Faltam...

...dois meses para entrar de férias.... A contagem começa agora.

terça-feira, maio 17

pé-de-pato

Preciso de dicas para que olho ruim não me atinja. Alguma idéia? 'Tô precisada de um pé de coelho, arruda, cristais... pqp!

sábado, abril 30

Procura-se

Procuro professor (a)/curso de photoshop. Alguém recomenda alguém/algum?

sexta-feira, abril 29

É brega, mas é lindo

I Want to Know What Love Is
Foreigner
I gotta take a little time,
A little time to think things over
I better read between the lines,
In case I need it when I'm older
Now this mountain I must climb,
Feels like the world upon my shoulders
Through the clouds I see love shine,
It keeps me warm as life grows colder
In my life
There's been heartache and pain
I don't know If I can face it again
Can't stop now, I've travelled so far,
To change this lonely life
I want to know what love is,
I want you to show me
I want to feel what love is,
I know you can show me
I want to know what love is,
I want you to show me
(And I wanna feel)
I want to feel what love is
(And I know)
I know you can show me
Essa é uma das minhas bregas favoritas. Me lembra São Paulo e aquele período muito bom, muito louco, muito diferente, mas muito ausente também.

sexta-feira, abril 15

Ficção e real, real e ficção

Mais uma vez, a vida supera a ficção. Essa matéria é muito legal, mas parece novela.
Deu vontade de escrever um roteiro sobre isso.

sexta-feira, abril 8

O trânsito entre homens e mulheres

Acabo de ler uma matéria bem interessante no Globo on. E curiosa. Fala muito sobre homens, mulheres, sociedade, egoísmo. Há quem não goste de se precipitar e ficar analisando apenas por dados muito restritos. Eu já adoro. Não tenho nenhum compromisso com analises aprofundadas muito menos sérias (e nem vou fazê-las agora). Coloquei o link para vocês (vocês???!!! hahahahaha) darem uma olhada. A inspiração veio com a lembranças das aulas de psi e comunicação da queridíssima Madalena Sapucaia (Fê que não me ouça, porque eu adorava a matéria). Lembrei das discussões sobre andar no acostamento, intolerância, eu-sou-melhor-que-você e tantas outras. Dê uma olhada você também e depois escreva um comment ou um e-mail analisando os dados dessa divertida matéria ou me esculhambando.

quinta-feira, abril 7

o outro

Ele respirou fundo. Não queria ser igual aos outros caras. Pensou em mudar de lugar, ir para o outro lado, mas estava tudo muito cheio. E ela estava se divertindo. Nem notava as tentativas do sujeito se esfregar nas suas costas ou ao menos encostar mão com mão. Dançava e sambava como louca, incorporando o caboclo. Mas o sangue foi esquentando assim como as tentativas do outro. Camisa social laranja, calça preta. Cara de velho. Ela não vai gostar de saber que ele tá olhando pra bunda dela e dançando como quem vai entrar com tudo, é melhor sairmos dali, pensou. Alguns passos para a frente pode ajudar. Mas ele não está gostando nada nada. Pernas pra cá, rebolados, mãos suspensas no ar. Sambando, vai-se para traz. É assim que fazem os que não conhecem direito o gingado. Mas vai direto para perto do sujeitinho, que aproveita e ooops. Quando encosta nela, fecha os olhos. Ele puxa ela para o lado, olha com cara feia para o outro, que se afasta um pouco. Ele não quer ser igual, não quer fazer parte da estatística, mas não vai agüentar por muito tempo. O sangue ferve. Puxa ela, que perde o ritmo e reclama. Não dá. O sujeito não desiste, mas investe em outra, que sai rapidinho de perto. Volta para ela, que não nota a reaproximação. Ficam lado a lado e ele atrás, sem querer, olhando tudo. Ela não ouve o aviso. Música alta. Ele fica entre os dois, mas não por muito tempo. O carinha continua. Remelexo esdrúxulo, vai chegando perto. E ele não quer ser igual aos outros. Puxa ela para fora, diz vamos embora. E ela não entende. Briga, quer ficar. Justo no melhor do show... Mas é preciso ir embora para não ser mais um. Saindo, ele tropeça em algo no chão. Olha pra trás. Mas não vê em que tropeçou. O golpe certeiro do sujeitinho o levou a nocaute. No chão, é puxado pelo colarinho da camiseta e o soco no estômago não deixa ele reagir. As pessoas acabam entrando na roda, oba, briga, e dão um pontapé por trás do sujeito. Caem juntos e ficam olhos nos olhos. Ele cospe sangue na cara do outro. Agora não tem mais jeito. Ele é mais um. E dá uma cabeçada no sujeito, que desmaia. Aos poucos o samba volta ao ambiente. Ela, sumida, volta para apanhar o namorado, ensangüentado. Pronto, vamos embora.

quarta-feira, março 23


Contra a Parede: filme bom com final ruim... Posted by Hello

terça-feira, março 15

Hora de Voltar


Hora de voltar: filme bom, mas ruim, sacou? Posted by Hello


Queria falar com calma sobre esse filme. Vou deixar as fotinhos aí para me lembrar de escrever sobre Hora de Voltar (Garden State, EUA, 2004, 109min).

É ridículo, mas eu não lembro muito bem o que iria escrever sobre o filme. Mas vamos ao óbvio, quem sabe, de repente, eu lembro no meio do caminho...
Garden State é o primeiro longa escrito por Zach Braff (sim, o tal ator daquele seriado chatinho - Scrubs - que acha que faz graça com o E.R.), o carinha mimetizado da foto. E, na boa, primeiro roteiro a gente dá uma colher de chá, vai.
Braff vive Andrew Largeman, um sujeito esquisito, que passou boa parte da vida tomando lítio até que precisa voltar para a cidade em que nasceu para enterrar a mãe e decide parar de tomar a medicação. Foram nove anos longe da casa dos pais e mesmo assim, nunca conseguiu se livrar da dominação paterna, aliás, o responsável pelo lítio. Na cidade, Largeman reencontra novos amigos e conhece a bela Sam (Natalie Portman), também esquisita, mas bem diferente dele. Sam é mais assanhadinha, extrovertida. Juntos, se descobrem e Largeman faz uma viagem de autoconhecimento. Tá bom, nada original até aí. Mas o longa proporciona alguns momentos divertidos e interessantes. Esse aí da foto é ótimo, por exemplo. Tem também quando ele acorda na casa de um amigo, e acha que está delirando com a presença de um cavaleiro medieval com armadura da cabeça aos pés. E não está, claro.
Talvez, o problema do longa seja o exagero de situações bisonhas e personagens esquisitos. Zach Braff errou a mão aí e desandou o bolo como um todo. Perde o mínimo de verossimilhança e cai numa esparrela. Não lembro da direção, que também é do rapaz, portanto, não vou comentar.
Apesar disso, não foi um filme que tenha me causado incômodo, não doeu e dei algumas risadas. Quando vi, estava no processo do roteiro - o meu primeiro, eterno e pelo visto único roteiro - portanto, a benevolência tem explicação. Ele conseguiu! De qualquer forma, se não viu no cinema, talvez valha a pena esperar o DVD e alugar. Você não vai perder nada.

quinta-feira, março 3


Pão de Açúcar Posted by Hello

Parabéns atrasado...


PS: E hoje foi meu fechamento!

É o amor...


Panqueca Posted by Hello

Gira, gira, roda a bola,
brinca até ficar tonta!
pega a fita e passeia pela casa
deixando um rastro vermelho
dá cambalhota, gira, gira, vira a bola
morde, morde até cansar

Dorme, dorme, dorme.
Brinca, brinca, brinca.

quarta-feira, março 2

O Sapo, o Carniça e o poder

A pintura azul clara da parede realça a fotografia dos meus pais no dia do casamento. A imagem, pendurada, esconde o furo de uma bala que encontrou bem ali, no meio da parede da sala, um lugar.
A fotografia costumava ficar em cima da TV. Mas, no último tiroteio daqui do morro, nossa casa ficou exatamente entre a facção de Fábio, o Sapo, e a turma de Dinho, o Caolho. Éramos escudos dos soldados do Sapo. Tivemos sorte – eu e minha mãe – de não morrermos. Ela se trancou no banheiro e deitou perto da privada e da pia. E eu, corri. Fui para o asfalto.
As pessoas acharam covardia de minha parte, fugir e deixar minha mãe. Mas eu sabia que no banheiro ela ia ficar bem. E, pô, eu preciso continuar vivo e trabalhar.
Aqui no morro não sou ninguém. Sou um merda até os soldadinhos mais furrecas, esses que soltam pipa, ficam de butuca para avisar quando os homens chegam – e não devem ter nem 10 anos – me sacaneiam. E eu, pataqueopariu, não posso fazer nada. E os merdinhas se acham...
A primeira e única vez que trabalhei para a turma do Sapo, tinha uns 12 anos. A pipa enrolou e os caras não sabiam se os homi tinham ou não chegado. Levei tanta porrada na orelha que parecia uma couve-flor de tão grande que ficou.
Vai ser evangélico, ô Carniça. Falaram várias vezes isso para mim. Até que nem o pessoal da igreja me quis. Incendiei o barraco que servia para as missas quando fui o encarregado de acender as velas.
Aqui no morro posso não ser ninguém. Mas eu tenho um emprego e lá eu sou foda. É, eu sou foda. É isso.
Sou segurança de um prédio comercial. Não uso armas – só um sistema de comunicação com os meus outros colegas. E nem conseguiria usar uma arma, apesar de sonhar em ter uma. Bom, é um prédio desses de bacana. Vários funcionários de empresas de gringos, diretores, presidentes. Gente com grana circula por lá. E eu sou encarregado da catraca. Quem vai, quem vem, se chega alguém com muita tralha e tenho que liberar a portinha extra, essas coisas. É muita responsabilidade. E poder. Se o sujeito passa o crachá e não abre, tenho o poder de liberar ou não o cara. Se não ‘tô com vontade, a pessoa tem que ir para a recepção. E a fila é grande.... Ele se fode.
Bom, aí vai depender do meu humor. Mas geralmente eu mando o cara para a fila. "Senhor, por favor, dirija-se à recepção." Nossa, isso é muito bom. E foi a primeira frase que aprendi a falar com esse "se". Outro dia mandei um todo poderoso de uma dessas empresas. Ele era gringo, ‘tava cheio de malas e eu barrei ele. Disse que tava sem o crachá, essas baboseiras. Mas eu cumpri a lei. Sabe, vejo o homem todos os dias. Sei muito bem que ele trabalha lá. E ele até que me cumprimenta. Dá bom dia, boa tarde, até amanhã, Zé.
Mas eu não resisto. "Senhor, dirija-se a recepção" Hahahahahahahahahahahahahah!!!!
Qual é porra, lá eu sou o tal.
Não posso deixar essa oportunidade . É muito bom. "Senhor, resolva na recepção". "Mas tem uma fila enorme, Zé. Libera, vai."
"Não dá. São ordens." E eu ainda dou um sorrizinho.
A verdade é que ninguém se interessa se o cara entra ou não de crachá. Mas eu gosto disso. Eu sou foda!!!!

quinta-feira, fevereiro 24

Bored


Bored... Posted by Hello

It's focking boring to death

Ai, ai...

TÉDIO (alvaro, bruno, miguel, sheik)

Sabe esses dias em que horas dizem nada

E você nem troca o pijama, preferia estar na cama
O dia, a monotonia tomou conta de mim
É o tédio, cortando os meus programas, esperando o meu fim

Sentado no meu quarto
O tempo voa
Lá fora a vida passa
E eu aqui a toa
Eu já tentei de tudo
Mas não tenho remédio
Pra livrar-me deste tédio

Vejo um programa que não me satisfaz
Leio o jornal que é de ontem , pois pra mim , tanto faz
Já tive esse problema, sei que o tédio é sempre assim
Se tudo piorar, não sei do que sou capaz
Tédio, não tenho um programa
Tédio, esse é o meu drama
O que corrói é o tédio
Um dia, eu fico sério
Me atiro deste prédio.

©1985 Universal Publishing Ltda.Todos os Direitos Reservados

segunda-feira, fevereiro 21

Mais Closer, com Pedro


Julia Roberts é Anna e Jude Law, Dan: personagens sado-masoquistas Posted by Hello

Pedro escreveu para mim um pequeno parágrafo sobre o filme tão polêmico.

Segue:

Vou aproveitar uma expressão do meu amigo Kleber Mendonça Filho que bemdefine "Closer": um filme "datilografado". Nele, a elaboração de cadadiálogo fica transparente. No mau sentido. Sem dúvida Patrick McCabe é um bom escritor, mas é aí que mora o perigo. As linhas de diálogo que ele põe na boca dos personagens são "boas" demais, isto é, são frases que as pessoas não dizem. O autor se situa numa posição visivelmente "superior" aos personagens, que perdem veracidade, e a direção de Mike Nichols não procura contornar esse problema, ele parece apenas querer ilustrar um texto pré-existente, e não encontrar a melhor forma de transformá-lo em cinema. É mais ou menos isso.
Bjs.,
Pedro.



Esses "diálogos bons demais" podem incomodar alguns ouvidos. No meu caso, não machucou nem um pouco. Prefiro pensar que esses diálogos são feitos para projetarmos nele uma vontade. Ou melhor, pensarmos: "puxa como gostaria de falar isso". É closer. Muito perto. E muito perto, sabemos, as coisas (imagens, frases, visão) ficam deturpadas. E é um pouco isso, mas deturpado para o outro lado, não para o deformado. Mas para a forma perfeita. Perfeita demais que pode incomodar. Ou atrair. "Closer" me fez navegar por essas frases maravilhosas e me fez experiementar as loucuras de cada um dos personagens. Sim, são todos uns loucos varridos, sado-masoquistas. Mas quem não é?

quinta-feira, fevereiro 17

Iniciação


Posted by Hello

Hoje me acordei pensando em uma pedra numa rua de Calcutá.
Numa determinada pedra em certa rua de Calcutá.
Solta. Sozinha. Quem repara nela?
Só eu, que nunca fui lá,
Só eu, deste outro lado do mundo, te mando agora este pensamento...
Minha pedra de Calcutá!

Mário Quintana, trecho de Diário.

Assim começa minha jornada pelos textos obscuros, sujos e cortantes de Caio Fernando Abreu. Sim, com um trecho de poema de Mário Quintana. Caio inicia Pedras de Calcutá assim. E assim começo eu.

PS: Mário Quintana, meu único e predileto.

quarta-feira, fevereiro 16

Descobrindo o Hello


Panqueca dormindo Posted by Hello
Gente, o que esse povo do Google não faz, né?

terça-feira, fevereiro 15

A frase

"Agora começou aquele intervalo insuportável entre o Carnaval e o Ano Novo."

'Tá circulando pela internet. Perfeita, não?

quinta-feira, fevereiro 10

Panqueca já sobe na pia. É o fim da inocência, fim da infância... Ai, ai. O que me aguarda...

quarta-feira, fevereiro 2

CNTRL+ALT+DEL

Preciso dar Controlaltdel. E dar a sorte de reiniciar a vida a partir de um ponto que não precise fazer varreduras, detectar erros ou consertar problemas. Não quero pensar em vírus e sei que spywares tem aos montes; mas prefiro clicar no botãozinho mágico clean e não procurar por eles. Sei que vou encontrá-los.
Prefiro me iludir com os downloads de aplicativos de entretenimento, joguinhos, mp3, interatividade. Chega pra lá excel, word ou calculadores.
Que venham os meus favoritos, acrobat readers, o photoshop e o messenger; quero bate-papo instantâneo.
Chega de executar, chega de painel de controle. Já me bastam os spams.


sábado, janeiro 29

Hello, stranger

Closer: que filme!
E a música é brega, mas é perfeita.

The Blower's Daughter - Damien Rice

And so it is
Just like you said it would be
Life goes easy on me
Most of the time
And so it is
The shorter story
No love, no glory
No hero in her sky

I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes...

And so it is
Just like you said it should be
We'll both forget the breeze
Most of the time
And so it is
The colder water
The blower's daughter
The pupil in denial

I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes...

Did I say that I loathe you?
Did I say that I want to
Leave it all behind?

I can't take my mind off of you
I can't take my mind off you
I can't take my mind off of you
I can't take my mind off you
I can't take my mind off you
I can't take my mind...
My mind... my mind...
'Til I find somebody new

Caio Fernando Abreu e sabotagem

Um amigo do trabalho me apresentou esse texto do Caio Fernando Abreu (tem também esse aqui). Roubei. Roubei porque, quando terminei de ler, lembrei do argumento, do roteiro. E pensei na sabotagem que faço comigo ao ababdonar meus bons projetos. E esse texto tem muito a ver, tudo a ver.
Nossa, queria escrever como esse cara.


TERÇA-FEIRA GORDA

De repente ele começou a sambar bonito e veio vindo para mim. Me olhava nos olhos quase sorrindo, uma ruga tensa entre as sobrancelhas, pedindo confirmação. Confirmei, quase sorrindo também, a boca gosmenta de tanta cerveja morna, vodca com coca-cola, uísque nacional, gostos que eu nem identificava mais, passando de mão em mão dentro dos copos de plástico. Usava uma tanga vermelha e branca, Xangô, pensei, Iansã com purpurina na cara, Oxaguiã segurando a espada no braço levantado, Ogum Beira-Mar sambando bonito e bandido. Um movimento que descia feito onda dos quadris pelas coxas, até os pés, ondulado, então olhava para baixo e o movimento subia outra vez, onda ao contrário, voltando pela cintura até os ombros. Era então que sacudia a cabeça olhando para mim, cada vez mais perto.
Eu estava todo suado. Todos estavam suados, mas eu não via mais ninguém além dele. Eu já o tinha visto antes, não ali. Fazia tempo, não sabia onde. Eu tinha andado por muitos lugares. Ele tinha um jeito de quem também tinha andado por muitos lugares. Num desses lugares, quem sabe. Aqui, ali. Mas não lembraríamos antes de falar, talvez também nem depois. Só que não havia palavras. havia o movimento, a dança, o suor, os corpos meu e dele se aproximando mornos, sem querer mais nada além daquele chegar cada vez mais perto.
Na minha frente, ficamos nos olhando. Eu também dançava agora, acompanhando o movimento dele. Assim: quadris, coxas, pés, onda que desce, olhar para baixo, voltando pela cintura até os ombros, onda que sobe, então sacudir os cabelos molhados, levantar a cabeça e encarar sorrindo. Ele encostou o peito suado no meu. Tínhamos pêlos, os dois. Os pêlos molhados se misturavam. Ele estendeu a mão aberta, passou no meu rosto, falou qualquer coisa. O quê, perguntei. Você é gostoso, ele disse. E não parecia bicha nem nada: apenas um corpo que por acaso era de homem gostando de outro corpo, o meu, que por acaso era de homem também. Eu estendi a mão aberta, passei no rosto dele, falei qualquer coisa. O quê, perguntou. Você é gostoso, eu disse. Eu era apenas um corpo que por acaso era de homem gostando de outro corpo, o dele, que por acaso era de homem também.
Eu queria aquele corpo de homem sambando suado bonito ali na minha frente. Quero você, ele disse. Eu disse quero você também. Mas quero agora já neste instante imediato, ele disse e eu repeti quase ao mesmo tempo também, também eu quero. Sorriu mais largo, uns dentes claros. Passou a mão pela minha barriga. Passei a mão pela barriga dele. Apertou, apertamos. As nossas carnes duras tinham pêlos na superfície e músculos sob as peles morenas de sol. Ai-ai, alguém falou em falsete, olha as loucas, e foi embora. Em volta, olhavam.
Entreaberta, a boca dele veio se aproximando da minha. Parecia um figo maduro quando a gente faz com a ponta da faca uma cruz na extremidade mais redonda e rasga devagar a polpa, revelando o interior rosado cheio de grãos. Você sabia, eu falei, que o figo não é uma fruta mas uma flor que abre pra dentro. O quê, ele gritou. O figo, repeti, o figo é uma flor. Mas não tinha importância. Ele enfiou a mão dentro da sunga, tirou duas bolinhas num envelope metálico. Tomou uma e me estendeu a outra. Não, eu disse, eu quero minha lucidez de qualquer jeito. Mas estava completamente louco. E queria, como queria aquela bolinha química quente vinda direto do meio dos pentelhos dele. Estendi a língua, engoli. Nos empurravam em volta, tentei protegê-lo com meu corpo, mas ai-ai repetiam empurrando, olha as loucas, vamos embora daqui, ele disse. E fomos saindo colados pelo meio do salão, a purpurina da cara dele cintilando no meio dos gritos.
Veados, a gente ainda ouviu, recebendo na cara o vento frio do mar. A música era só um tumtumtum de pés e tambores batendo. Eu olhei para cima e mostrei olha lá as Plêiades, só o que eu sabia ver, que nem raquete de tênis suspensa no céu. Você vai pegar um resfriado, ele falou com a mão no meu ombro. Foi então que percebi que não usávamos máscara. Lembrei que tinha lido em algum lugar que a dor é a única emoção que não usa máscara. Não sentíamos dor, mas aquela emoção daquela hora ali sobre nós, eu nem sei se era alegria, também não usava máscara. Então pensei devagar que era proibido ou perigoso não usar máscara, ainda mais no Carnaval.
A mão dele apertou meu ombro. Minha mão apertou a cintura dele. sentado na areia, ele tirou da sunga mágica um pequeno envelope, um espelho redondo, uma gilette. Bateu quatro carreiras, cheirou duas, me estendeu a nota enroladinha de cem. Cheirei fundo, uma em cada narina. Lambeu o vidro, molhei as gengivas. Joga o espelho no mar pra Iemanjá, me disse. O espelho brilhou rodando no ar, e enquanto acompanhava o vôo fiquei com medo de olhar outra vez para ele. Porque se você pisca, quando torna a abrir os olhos o lindo pode ficar feio. Ou vice-versa. Olha pra mim, ele pediu. E eu olhei.
Brilhávamos, os dois, nos olhando sobre a areia. Te conheço de algum lugar, cara, ele disse, mas acho que é da minha cabeça mesmo. Não tem importância, eu falei. Ele falou não fale, depois me abraçou forte. Bem de perto, olhei a cara dele, que olhada assim não era bonita nem feia: de poros e pêlos, uma cara de verdade olhando bem de perto a cara de verdade que era a minha. A língua dele lambeu meu pescoço, minha língua entrou na orelha dele, depois se misturaram molhadas. Feito dois figos maduros apertados um contra o outro, as sementes vermelhas chocando-se com um ruído de dente contra dente.
Tiramos as roupas um do outro, depois rolamos na areia. Não vou perguntar teu nome, nem tua idade, teu telefone, teu signo ou endereço, ele disse. O mamilo duro dele na minha boca, a cabeça dura do meu pau dentro da mão dele. O que você mentir eu acredito, eu disse, que nem na marcha antiga de Carnaval. A gente foi rolando até onde as ondas quebravam para que a água lavasse e levasse o suor e a areia e apurpurina dos nossos corpos. A gente se apertou um conta o outro. A gente queria ficar apertado assim porque nos completávamos desse jeito, o corpo de um sendo a metade perdida do corpo do outro. Tão simples, tão clássico. A gente se afastou um pouco, só para ver melhor como eram bonitos nossos corpos nus de homens estendidos um ao lado do outro, iluminados pela fosforescência das ondas do mar. Plâncton, ele disse, é um bicho que brilha quando faz amor.
E brilhamos.
Mas vieram vindo, então, e eram muitos. Foge, gritei, estendendo o braço. Minha mão agarrou um espaço vazio. O pontapé nas costas fez com que me levantasse. Ele ficou no chão. Estavam todos em volta. Ai-ai, gritavam, olha as loucas. Olhando para baixo, vi os olhos dele muito abertos e sem nenhuma culpa entre as outras caras dos homens. A boca molhada afundando no meio duma massa escura, o brilho de um dente caído na areia. Quis tomá-lo pela mão, protegê-lo com meu corpo, mas sem querer estava sozinho e nu correndo pela areia molhada, os outros todos em volta, muito próximos.
Fechando os olhos então, como um filme contra as pálpebras, eu conseguia ver três imagens se sobrepondo. Primeiro o corpo suado dele, sambando, vindo em minha direção. Depois as Plêiades, feito uma raquete de tênis suspensa no céu lá em cima. E finalmente a queda lenta de um figo muito maduro, até esborrachar-se contra o chão em mil pedaços sangrentos.