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quarta-feira, março 23


Contra a Parede: filme bom com final ruim... Posted by Hello

terça-feira, março 15

Hora de Voltar


Hora de voltar: filme bom, mas ruim, sacou? Posted by Hello


Queria falar com calma sobre esse filme. Vou deixar as fotinhos aí para me lembrar de escrever sobre Hora de Voltar (Garden State, EUA, 2004, 109min).

É ridículo, mas eu não lembro muito bem o que iria escrever sobre o filme. Mas vamos ao óbvio, quem sabe, de repente, eu lembro no meio do caminho...
Garden State é o primeiro longa escrito por Zach Braff (sim, o tal ator daquele seriado chatinho - Scrubs - que acha que faz graça com o E.R.), o carinha mimetizado da foto. E, na boa, primeiro roteiro a gente dá uma colher de chá, vai.
Braff vive Andrew Largeman, um sujeito esquisito, que passou boa parte da vida tomando lítio até que precisa voltar para a cidade em que nasceu para enterrar a mãe e decide parar de tomar a medicação. Foram nove anos longe da casa dos pais e mesmo assim, nunca conseguiu se livrar da dominação paterna, aliás, o responsável pelo lítio. Na cidade, Largeman reencontra novos amigos e conhece a bela Sam (Natalie Portman), também esquisita, mas bem diferente dele. Sam é mais assanhadinha, extrovertida. Juntos, se descobrem e Largeman faz uma viagem de autoconhecimento. Tá bom, nada original até aí. Mas o longa proporciona alguns momentos divertidos e interessantes. Esse aí da foto é ótimo, por exemplo. Tem também quando ele acorda na casa de um amigo, e acha que está delirando com a presença de um cavaleiro medieval com armadura da cabeça aos pés. E não está, claro.
Talvez, o problema do longa seja o exagero de situações bisonhas e personagens esquisitos. Zach Braff errou a mão aí e desandou o bolo como um todo. Perde o mínimo de verossimilhança e cai numa esparrela. Não lembro da direção, que também é do rapaz, portanto, não vou comentar.
Apesar disso, não foi um filme que tenha me causado incômodo, não doeu e dei algumas risadas. Quando vi, estava no processo do roteiro - o meu primeiro, eterno e pelo visto único roteiro - portanto, a benevolência tem explicação. Ele conseguiu! De qualquer forma, se não viu no cinema, talvez valha a pena esperar o DVD e alugar. Você não vai perder nada.

quinta-feira, março 3


Pão de Açúcar Posted by Hello

Parabéns atrasado...


PS: E hoje foi meu fechamento!

É o amor...


Panqueca Posted by Hello

Gira, gira, roda a bola,
brinca até ficar tonta!
pega a fita e passeia pela casa
deixando um rastro vermelho
dá cambalhota, gira, gira, vira a bola
morde, morde até cansar

Dorme, dorme, dorme.
Brinca, brinca, brinca.

quarta-feira, março 2

O Sapo, o Carniça e o poder

A pintura azul clara da parede realça a fotografia dos meus pais no dia do casamento. A imagem, pendurada, esconde o furo de uma bala que encontrou bem ali, no meio da parede da sala, um lugar.
A fotografia costumava ficar em cima da TV. Mas, no último tiroteio daqui do morro, nossa casa ficou exatamente entre a facção de Fábio, o Sapo, e a turma de Dinho, o Caolho. Éramos escudos dos soldados do Sapo. Tivemos sorte – eu e minha mãe – de não morrermos. Ela se trancou no banheiro e deitou perto da privada e da pia. E eu, corri. Fui para o asfalto.
As pessoas acharam covardia de minha parte, fugir e deixar minha mãe. Mas eu sabia que no banheiro ela ia ficar bem. E, pô, eu preciso continuar vivo e trabalhar.
Aqui no morro não sou ninguém. Sou um merda até os soldadinhos mais furrecas, esses que soltam pipa, ficam de butuca para avisar quando os homens chegam – e não devem ter nem 10 anos – me sacaneiam. E eu, pataqueopariu, não posso fazer nada. E os merdinhas se acham...
A primeira e única vez que trabalhei para a turma do Sapo, tinha uns 12 anos. A pipa enrolou e os caras não sabiam se os homi tinham ou não chegado. Levei tanta porrada na orelha que parecia uma couve-flor de tão grande que ficou.
Vai ser evangélico, ô Carniça. Falaram várias vezes isso para mim. Até que nem o pessoal da igreja me quis. Incendiei o barraco que servia para as missas quando fui o encarregado de acender as velas.
Aqui no morro posso não ser ninguém. Mas eu tenho um emprego e lá eu sou foda. É, eu sou foda. É isso.
Sou segurança de um prédio comercial. Não uso armas – só um sistema de comunicação com os meus outros colegas. E nem conseguiria usar uma arma, apesar de sonhar em ter uma. Bom, é um prédio desses de bacana. Vários funcionários de empresas de gringos, diretores, presidentes. Gente com grana circula por lá. E eu sou encarregado da catraca. Quem vai, quem vem, se chega alguém com muita tralha e tenho que liberar a portinha extra, essas coisas. É muita responsabilidade. E poder. Se o sujeito passa o crachá e não abre, tenho o poder de liberar ou não o cara. Se não ‘tô com vontade, a pessoa tem que ir para a recepção. E a fila é grande.... Ele se fode.
Bom, aí vai depender do meu humor. Mas geralmente eu mando o cara para a fila. "Senhor, por favor, dirija-se à recepção." Nossa, isso é muito bom. E foi a primeira frase que aprendi a falar com esse "se". Outro dia mandei um todo poderoso de uma dessas empresas. Ele era gringo, ‘tava cheio de malas e eu barrei ele. Disse que tava sem o crachá, essas baboseiras. Mas eu cumpri a lei. Sabe, vejo o homem todos os dias. Sei muito bem que ele trabalha lá. E ele até que me cumprimenta. Dá bom dia, boa tarde, até amanhã, Zé.
Mas eu não resisto. "Senhor, dirija-se a recepção" Hahahahahahahahahahahahahah!!!!
Qual é porra, lá eu sou o tal.
Não posso deixar essa oportunidade . É muito bom. "Senhor, resolva na recepção". "Mas tem uma fila enorme, Zé. Libera, vai."
"Não dá. São ordens." E eu ainda dou um sorrizinho.
A verdade é que ninguém se interessa se o cara entra ou não de crachá. Mas eu gosto disso. Eu sou foda!!!!