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sexta-feira, julho 23

Enfim

A coluna do Veríssimo da semana passada fala sobre a Flip (infelizmente não consegui colocar o link da coluna aqui). Mesmo depois de um tempão. E escreve sobre Wisnik, uma das melhores palestras daquele fim de semana. Aliás, deixou Ian McEwan, Chico Buarque e Paul Auster no chão. Bom, Veríssimo me animou e única e exclusivamente por causa dele escrevo sobre Parati. A demora foi causada apenas pela preguiça (poderia ter usado a desculpa clássica da falta de tempo, mas não foi isso, não) e pela confusão de pensamentos que a viagem me causou. Fiquei bastante perdida e sem nenhuma capacidade para escrever. Mas, como diz Lewis Medlock, personagem de Burt Reynolds em Amargo Pesadelo: "às vezes você precisa se perder para achar algo." Por isso, seguem algumas impressões. Não vou me detalhar. Já passou. Foi bom pra mim, mas já passou.
Além de Wisnik, outra grata surpresa foi Martin Amis, no último dia, lendo em inglês, as primeiras páginas de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. O inglês elegeu o clássico do escritor carioca como seu livro de cabeceira, aquele que ele levaria para uma ilha deserta. Amis, que não foi lá grandes coisas na sua palestra com Ian McEwan, me conquistou. Nesse mesmo dia, nessa mesma palestra, outro que ganhou muitos pontos foi Paul Auster. Ele escolheu Watt, livro de Samuel Beckett. O trecho era uma delícia de ouvir, com suas inúmeras repetições de palavras. Divertido e bonito.
Outro ponto interessante da Flip: se você não foi a uma palestra não tem problema, os outros te falam sobre - entusiasmados ou não - e, a partir das impressões alheias, você se empolga (ou não) de uma tal maneira, podendo até virar fã do escritor. É o caso do angolano José Eduardo Agualusa. Além de ser um charme, parece ter hipnotizado a platéia. Eu não vi, mas muitos falaram que ele sairia de Parati com um score de mulheres (e homens) alta. "Ele come quem quiser". Ouvi muito isso... Ainda não comprei um livro dele, mas está na lista. :-)
Mas Wisnik parece ter superado. "Wisnik sim, pega quem ele quiser. Inclusive Agualusa!"
Parati foi uma descoberta. Aquela cidadezinha, por onde sempre passava durante as minhas viagens para São Sebastião, sempre me interessou, mas nunca parei para visitar. Finalmente fui. Lá, descobri a cidade, o universo literário e pessoas, amigos de Flip. Claro, os escritores são vaidosos. Mas também podem se revelar bem-humorados, indecisos e autocríticos (gente, quem tem que entrevistar artista plástico acha escritor tranqüilo). Alguns passeavam pelas ruas de pé-de-moleque e se perdiam no meio da multidão (literalmente multidão). Outros ficaram mais reclusos. Muito assédio pela imprensa (sempre a imprensa!). E eu ali, no meio daquilo. Pouquíssimos livros lidos, pouquíssimo escritores conhecidos. Um Edgar Allan Poe aqui, um Machado de Assis ali, Isabel Allende acolá. Mas Parati é só o início. Até 2005.

PS: quem passar por aqui (???) e se interessar em comentar alguma coisa, por favor, mande um e-mail (bel27@uol.com.br). Não sei se os comments estão funcionando...

quinta-feira, julho 15

Muita calma nessa hora

Preciso falar sobre a Flip. Preciso falar sobre a Flip! Mas está difícil encontrar um tempinho para escrever com calma. E preciso escrever com muita calma! E com detalhes sobre a Festa. Mas posso adiantar que foi muito, muito bom.

quinta-feira, julho 8

Paraty, Parati

Corpo mole, garganta arranhando... é isso mesmo o que você está pensando. E o que é pior, às vésperas da Flip (para quem não sabe ainda, Festa Literária Internacional de Parati). Saio amanhã (sexta, 9) cedinho (consegui folga!!!!). Acho que é ansiedade que está me fazendo ficar doente. Ansiedade diante de algo bom. Típico. Se eu sou ansiosa, logo meu organismo também se comporta como tal, ansioso, nervoso. Eu juro, queria ser mais calma, mais relaxada. Mas aí fico tensa porque não consigo relaxar, não durmo e o ciclo recomeça.

Bom, voltando para Paraty.
Já escrevi isso no meu perfil do orkut , mas repito aqui. Literatura é um novo mundo que se abre. Sempre li pouco e, apesar de ter um padrinho escritor de livros infantis, não havia muito estímulo. E o fato de ser uma criança mega-ativa, com o diabo no corpo, sempre aprontando muito, também não ajudava na hora de sentar ou deitar calmamente para ler um livrinho. As coisas começaram a mudar quando li Amor nos Tempos do Cólera. Se não me engano, meu primeiro livro adulto. Depois, segui com Casa dos Espíritos, 1984 ... Mas foi quando fui morar em São Paulo (em 2000) que comecei a emendar um livro no outro. Com altos e baixos, claro, não parei mais. Estou no topo da montanha russa. Dos autores que vão à Flip não li muitos é bem verdade. Mas estou muito feliz por finalmente conhecer Paul Auster (conhecia apenas os ótimos filmes baseados na Trilogia de Nova York, Cortina de Fumaça e Sem Fôlego). Li Leviatã e gostei muito. Logo que terminei, parti para Mr. Ian McEwan, em Amsterdam. O livro é enxuto e gira em torno da amizade entre Clive (um compositor de música clássica) e Vernon (editor de um jornal inglês sensacionalista à beira da falência), que se encontram no velório de Molly, amante de ambos (em épocas diferentes), e que morreu de uma doença fulminante. Os capítulos vão, aos poucos, mostrando o quanto esses dois homens são vaidosos, dissimulados e antiéticos.
Vou parar por aqui. Vocês (vocês? Será que devo colocar no plural?) devem ler. McEwan busca a partir de uma linguagem simples, bem amarrada discutir (muito bem) os valores éticos, ou a ausência deles. Vale a pena. Eu vou levar o meu para ele assinar. Aliás, vou levar também para Parati, ou seria Paraty?, o Leviatã de mamã para que Mr. Auster autografe. Ela vai adorar!

segunda-feira, julho 5

Porrada

Eu estou morrendo de amores por esses meninos. Hermanos de faculdade, estudamos na PUC na mesma época. Era estagiária do Projeto Comunicar quando, sem querer, ouvi uma entrevista com o então estudante de jornalismo e músico nas horas vagas, Marcelo Camelo, para o Pilh@ - projeto de rádio na Internet da Pontifícia. Confesso que nem dei bola. As explicações sobre como era o som da banda entravam por um e saia pelo outro ouvido. E, o pouco que lembro, Marcelo dizia que era uma espécie de "som pesado com letras sobre amor." Ele certamente não falou desse jeito, eu é que não lembro. E, desde que eu me apaixonei por esses meninos tento lembrar daquela entrevista que o Leo (o repórter do Pilh@) fazia e eu desprezava... Ironias do destino.

Outra que me lembro foi um show desses meninos na Casa da Matriz, se não me engano (lembrem-se que eu faço parte da comunidade DESMEMÓRIA!, no Orkut). Era uma barulheira danada e eu não conseguia entender uma palavra cantada. Nem preciso dizer que não gostei, né?

Aí, começou o sucesso de Anna Julia e eu também não dei muita bola. Só agora que eu finalmente descobri Los Hermanos. Demorou, foi aos poucos, mas valeu a pena. Fui no show deles no Noites Cariocas e aí foi a redenção. Maravilhoso! E o que é melhor: eles não cantaram Anna Julia.

...
"Cara Estranho" é uma das minhas favoritas. Não é difícil entender os motivos.

CARA ESTRANHO

Olha só, que cara estranho que chegou
Parece não achar lugar
no corpo em que Deus lhe encarnou
Tropeça a cada quarteirão
não mede a força que já tem
exibe à frente o coração
que não divide com ninguém
Tem tudo sempre às suas mãos
mas leva a cruz um pouco além
talhando feito um artesão
a imagem de um rapaz de bem
Olha ali quem está pedindo aprovação
Não sabe nem pra onde ir
se alguém não aponta a direção
Periga nunca se encontrar
Será que ele vai perceber
que foge sempre do lugar
deixando o ódio se esconder
Talvez se nunca mais tentar
viver o cara da TV
que vence a briga sem suar
e ganha aplausos sem querer

Faz parte desse jogo
dizer ao mundo todo
que só conhece o seu quinhão ruim

É simples desse jeito
quando se encolhe o peito
e finge não haver competição

É a solução de quem não quer
perder aquilo que já tem
e fecha a mão pro que há de vir



Aliás, o que foi Chorão agredindo Marcelo Camelo? Alguém, por favor, tem alguma explicação para isso? Não à toa que o pittboys ouvem esses caras do Charlie Brown... Medo, muito medo nessa hora! Xô!

domingo, julho 4

Just for start

Bom, demorei, mas cá estou no mundo dos blogs. Eu, que já sou orkuteira viciada, resolvi começar por aqui e não pelo fotolog - apesar de a idéia ser muito interessante também.
Nossa, estou me sentindo uma narcisista. Mas acho que o blog vai me ajudar no meu intenso processo de respiração além "rame-rame". A idéia aqui é ser uma espécie de caderno de anotações; uma agenda de impressões.
Boa sorte para mim. E para quem tiver paciência de ler também.