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segunda-feira, dezembro 10

Homenagem

Mal foram e já fazem falta... ai ai.
Agora fico pensando em quantos passarão como relâmpagos por aqui.
E aí eu volto ao meu projeto inicial: respirar!




Setembro de 2007: a trip to remember



terça-feira, novembro 27

Feira de jogos em Essen

Uma geral da feira: infelizmente as nossas fotos não mostram como realmente estava o "riocentro alemão". Portanto, como diria Glória Maria: "gente, só mesmo estando aqui pra sentir o que realmente é".



Esse texto eu postei no Oba, Tijolo!, mas resolvi repeti-lo por aqui. Acho que pode ser interessante para non-gamers também. Talvez vocês fiquem impressionados com a grandeza da coisa. Ui, como é grande... a feira!
...


Eu sei, eu sei. Já tem muito tempo que Essen passou, mas continua sendo o assunto deste blog. Portanto, antes tarde do que nunca. Até porque, a feira merece.

Chegamos na Alemanha por Dusseldorf, com o seu aeroporto estranho e uma estação de trem feita a base de vidro e metal, dando um clima impessoal e frio (convenhamos que não precisa de mais frieza, os termômetros já marcavam uma temperatura bem baixa). Foi o tempo de entender como compraríamos o bilhete do trem em direção a Essen. Ao chegarmos, ufa, o Ibis, ótima rede de supermercado do grupo Accord (francesa, bien sûre), era a menos de 200 metros da estação. Bem instaladas (nossa, como valeu desembolsar um pouco a mais do que costumamos pagar por um quarto só pra nós e os jogos), partimos para o Riocentro de Essen (só que com metrô!).


Antes de ir, já tinha ouvido falar de uma estratégia para aproveitar bem: "quinta e sexta dedique-se aos jogos antigos que ficam nos sebos. Os preços são bons, mas os jogos vão embora. Já no domingo, o último dia, aproveite para comprar os lançamentos, que caem de preço".

Bom, nem sempre dá para explorar táticas na feira. Em primeiro lugar porque chegamos na sexta depois do almoço, ou seja, o tempo era curto. E depois porque, quando você chega naquele prédio lotado de jogos por todos os lados, com milhares de pessoas, você leva um susto (aiquesusto total). Eram cerca de dez pavilhões espalhados em 441.000 metros quadrados, cheios de estandes de jogos novos, editoras, sebos, mesas para jogar e conhecer as novidades… Tinha até uns RPGs e videogames. Mas eram os outsiders, as minorias que estavam ali para constar. "Honestamente, não quero ter mais de dois estandes voltados para os videogames. Quero eles longe da feira", disse a responsável pela feira Dominique Metzler, da Comic Action, em entrevista exclusiva para o Oba, Tijolo!.


Tinha uma galera esquisita, muito nerd (sim, porque a gente era muito normal) que andava com cosplay.

Lembrando, a feira de jogos aconteceu entre 18 e 21 de outubro e foi a sexta edição de um sucesso extraordinário da Action Comics, empresa responsável pela produção do evento. Durante quatro dias 148 mil pessoas passaram pelo pavilhão de Essen, a oeste da Alemanha: crianças, jovens, adultos, idosos foram lá por um propósito: conhecer os últimos lançamentos dos jogos e comprar, comprar!
"Procurando sites que falassem sobre a feira, descobri que um grupo com cerca de 150 coreanos que fez um pacote com avião, hotel e ingressos só para vir à Essen", conta Dominique, uma simpática mulher nos seus 40 e tantos anos que herdou do pai a tarefa de produzir a feira.


Alguns Números
Nesse ano foram 758 exibidores, de 30 nacionalidades e cerca de 500 novidades em jogos. Uma coisa de louco. E nem foi o ano que mais circulou gente. Ano passado foram 151.000 visitantes.

Apesar de ser de quinta a domingo, não dá tempo de ver tudo e pesquisar todos os estandes. Infelizmente. Marinheiras de primeira viagem, não conseguimos achar onde estava para vender o The Red Dragon Inn, por exemplo. Um joguinho que estava bastante curiosa para ver e testar. Em compensação, apesar do "tempo curto", deu para testarmos jogos como Army of Frogs - com direito a Tânia ganhar do autor do jogo, o John Yanni!!!! -, Jenseits von Theben, Amyitis, Cuba, Bandu, Eketorp, futebol de imã, Shear Panic, entre outros.
Compramos ao todo – para nós – dezoito jogos e, acreditem, ainda não abrimos seis (Reef Encounter, Carolus Magnus, Yoyo, Säulen von Venedig, Amyitis e Ys). Estão abertos, mas ainda não jogamos o San Juan, e o Kontor. Mas já nos deliciamos com excelentes partidas com três ou duas jogadoras de Blue Moon City, Army of Frogs, Downfall of Pompeii, Turn the Tide, Shear Panic, Tikal, Mississipi Queen, Jenseits von Theben, Elfenland e Cartagena.


Bausak, um jogo muito divertido que a gente tem que empilhar as formas mais esquisitas e manter tudo firme, sem cair!


Como vocês podem ver, aproveitamos muito Essen para comprar joguinhos dos anos anteriores. Talvez porque era irresistível ver um Elfenland a 12 euros, um Tikal a 14 e um Kontor a 8 euros…Talvez porque os jogos novos ainda estavam um pouco salgados para os nossos bolsos (entre 30 e 40 euros). Ok, eu sei que isso é barato perto do que será nas lojas e se comprados aí no Brasil.

O fato é que saímos de Essen com um gostinho (inho?) de quero mais. Pensei que fosse me estressar com a quantidade absurda de gente e o empurra-empurra, mas não. Deu para agüentar e todos convieram harmoniosamente.
:-)


Algumas constatações
Em Essen descobri que Beatles, Rolling Stones, Janis Joplin, Roberto Carlos não morrem jamais. Os clássicos são sempre (muito) procurados e vai haver sempre espaço para Carcassone, Settlers of Catan e até mesmo para os Michael Jackson, ou seja, aqueles que a gente supunha mortos, mas estão vivinhos como Banco Imobiliário (monopoly), War (risk) e até mesmo Combate (Stratego), que ganhou versão 3D bem curiosa. Muitos, mas muitos compravam as expansões de Carcassone e Catan nos sebos e havia até mesmo gente que comprava as diferentes versões para o tão monótono Monopoly! Incrível, não? Essen serve para todos os gostos.


Um mega Cara a Cara, o primeiro clássico encontrado. E o primeiro jogo que jogamos.


Esse estava ao lado do Cara a Cara. Nunca joguei... Mas imagina ter um desses, versão cama de criança?!!!? Muito legal!

Histórias da dupla em Essen

Ah, sim, preciso contar a historinha do army of frogs, para quem ainda não ouviu:
Estávamos passando por um cantinho, em direção aos sebos, quando nos deparamos com o estande do army of frogs. Sentado, um moço explicava a um senhor como se jogava a novidade. Paramos para ouvir e o moço de sotaque britânico perguntou se nós gostaríamos de jogar também. A gente, claro, aceitou. Jogo vai, jogo vem, um rapaz apareceu do nada e disse: "é você a quem eu tenho que agradecer pela existência de hive?", indagou o rapaz para o sujeito que nos explicou o jogo (o de sotaque british). E eis que o moço afirmou com a cabeça, um pouco constrangido, mas com um sorriso nos lábios. Eu olhei pra Tânia, Tânia olhou pra mim e… putz, jogávamos com o autor e nem nos demos conta… Tânia sacou a máquina fotográfica e registrou momentos meus de analisys paralisys (Tânia é fooooofa, né?) ao lado do autor e fez o favor de ganhar dele (aê!).

O mais perto que conseguimos ficar do mosquito - a expansão do jogo Hive...

Bom, nossos amigos d'aqui mar, do SpielPortugal, tiveram acesso exclusivo à nossa wishlistinha, que nada mais era do que quase a minha wishlist inteira, com mais alguns joguinhos, só-para-termos-opções… Algo em torno de dez páginas, formatado em duas colunas. Enorrrrme. Enfim… um dos jogos que lá estava era a novidade Macht und Ohnmacht, do Andreas Steding. Um joguinho para duas pessoas que poderia ser útil para os dias de inverno parisiense. O próprio nos explicou e nos convidou para uma partida. Era para dois jogadores. Explicando muito mais ou menos, o jogo tem "duas fases": uma de guerreiros e outra de magos. É ruim… É ruim… Não sei o que a turma do "não-há-jogos-ruins-no-mundo" diria sobre esse. Podemos esperar um comentário de uma das fundadores do Polyanna Games, Tânia Zaverucha do Valle. Mas, resumindo, e infelizmente, o joguinho era fraco, confuso e não gostamos de cara (quer dizer, eu não gostei. Não sei qual adjetivo-justificativa a Tânia vai dar, mas eu não gostei). A ponto de nós duas fugirmos do cara (o autor), no momento em que ele saiu da mesa para explicar o jogo para as pessoas que paravam no stand A gente aproveitou e levantou. Ele nos viu e a gente explicou, namaiorcaradepau!, que só queria conhecer o jogo, que aqueles rounds já deram pra gente ter uma noção do jogo. Beleza, obrigada, bye, bye… Ufa! Escapamos. Rolou culpa depois, mas o alívio foi maior.

Enquanto eu trabalhava duramente, fazendo a entrevista com a responsável pela feira, Tânia caía em outra cilada. Ela foi jogar Cuba com dois franceses e dois croatas (ou sérvios, válásabereu), e ela. Jogo vai, jogo vem, ela não estava lá muito animada com a partida. E, no meio, até teve um sorteio que a Tânia e um dos croatas tiveram que sair. Taninha ficou na esperança de que os outros desistissem na partida, mas não. Teve que ir até o fim, com direito a participação especial de uma abelha…


Totó humano: para crianças e adultos se distraírem entre um jogo e outro. Hehehe


Aqui é a sala onde podíamos guardar as malas. Reparem, a galera levava malas grandes para guardar os jogos comprados... Que gente esquisita, não é mesmo?



O último metrô: a volta da feira no domingo



Todos os jogos comprados: SIM, eu ainda sou maior do que a pilha!! Aí estão também os joguinhos encomendados pelo Dimitri e pelo Chirol. Ou seja, se você tirá-los, não vai sobrar quase nada pra gente. :-)

segunda-feira, setembro 24

Amsterdam - figurinha repetida nao completa o album?

Amsterdam não mudou nada desde 2001.
Nos dias 15 e 16 de setembro fomos para lá. Sábado e domingo.
Revisitar uma das cidades mais lindas do mundo não é nada grave. É um prazer. Ainda mais com amigos. Aliás, quase todos os amigos foram. Uma perdeu o trem. E, para completar a história da ida, faltando 20 minutinhos pra chegar, houve um "acidente com passageiro", código para "suicídio na linha". Sim, estamos na Europa. As pessoas fazem isso com muito mais frequência do que aí. Acho.











Chegamos com quatro horas de atraso.


A Trupe

O fim de semana, estava liiinnnndooooo. Mas friozinho, como vocês podem ver nas roupas. Nada que comprometesse o obrigatório passeio de bicicleta pelos canais. Alugamos bicicletas para os dois dias. Foi ótimo.



Levando os lenços para passear


Amsterdam não mudou, mas notei algo que não tinha reparado antes. Talvez fosse um tanto ingênua naqueles tempos de 20 e poucos anos. Acho difícil, mas, vá...

O tipo de turista que a cidade atrai é mais específico. Sim, tem os velhinhos bacanas, desbravadores, mas o jovem é o que mais tem. De preferência com dreads. É a cidade com maior concentração de dreds que há anos não sabem o que é água.

Sexo e drogas atraem cerca de 3,5 milhões de turistas numa cidadezinha de 735.500 mil habitantes. Claro, tem exceções, como eu. Exceções que comprovam a teoria.



É uma galera que acorda e vai pro coffee shop. Almoça um sanduba no coffee shop, entre um baseado e outro, e, a noite, vai conferir as meninas bonitas do Leste Europeu se oferecendo no distrito da luz vermelha. Só pra ver porque não tem de 50 a 60 euros para tirar do bolso para ter o serviço oferecidos pelas meninas. Isso mesmo, por 50 euros o rapaz ganha serviço completo. Barba cabelo e bigode. Talvez, esse turista dê um pulinho nas redondezas para conferir a venda de coca. A cada passo, alguém pergunta se você quer. Essa eu não peguei o preço.




The Red Light District: lotada. As moças cobram de 50 a 60 euros pelo serviço completo.


Nos coffee shops a erva básica sai por volta de 7,50 euros/grama. Mas tem outros tipos, literalmente um cardápio de opções, com preços para todos os bolsos. Você a recebe num plastiquinho, paga outros 0,50 pelo pacote com a seda e vai para a mesa. Para não misturar, o estabelecimento que tem autorização para vender maconha não vende bebida alcoólica. Outras drogas autorizadas estão vetadas por aqui. Tudo é muito organizado

Cada coffee shop só pode vender até 5 gramas por cliente. Quem quiser que fique peregrinando pela cidade atrás de um outro bar, o que não é muito difícil, convenhamos. Sim, os turistas fazem isso. Não dormem e ficam fumando, fumando... Muitas vezes estão sozinhos, o que pra mim, parece um contra censo. Uma subversão do propósito da maconha, que, até onde eu sei, é para reunir os amigos, para relaxar com o outro. Sozinho tem graça, pergunto a vocês?

Achei bem deprê ver várias pessoas enrolando a seda com capricho para fazer a degustação solo.


Mas não é só a maconha e a prostituição que estão liberados. O ato tipicamente masculino (dã) de mijar na rua também foi liberado. Nosso querido médico - e jornalista-desbravador-testador-de-plantão nas horas de diversão - Júlio fez o test drive e aprovou:


"Realmente é anatômico e muito prático. Fico só com medo de um motorista bêbedo bater em mim ou no mijódromo de bicicleta"

No fim de semana que fomos a cidade estava abarrotada. Parecia que os tais 3,5 milhões de visitantes tinham decidido ir nos mesmos dias. Algo impressionante. Devia estar acontecendo algo de especial, mas não sei.







Apesar do frio, muitas crianças estavam completamente à vontade se deliciando na água do chafariz do Vondelpark










Taninha se sentiu completamente à vontade com os novos amiguinhos que ela fez em Amsterdam: "nunca foi tão rápido fazer amizade. Sinto que estou conectada a eles por algum motivo que ainda não sei exatamente qual é", disse em entrevista exclusiva para esse blog.

quinta-feira, setembro 13

O Mundo mágico da Vélib’




Sei que muitos de vocês já leram várias matérias sobre o sistema de bicicletas em Paris. Vélib’ é um sucesso. Começou pouco antes d’eu chegar aqui, no dia 15 de julho, curiosamente o day after do tal dia da liberté, égalité et fraternité. Mas, mesmo vocês já cansados de ouvir falar, quero dedicar um post para o/a Vélib’.

O esquema é o seguinte: você, turista ou morador, vai num dos 750 postos espalhados pela cidade - e isso significa que a cada 300 metros tem um - e faz um abonnement de um ou de sete dias. Abonnement significa que você faz a sua inscrição e paga por ela. Ou seja, por um dia, custa 1 euro e para uma semana, 5. Cada borne (estação) tem um computador pra você fazer o abonnement (lembre-se: doityourself). O pagamento é necessariamente feito com cartão, seja ele de débito (aqui conhecido como carte bleu) ou de crédito. Isso porque você deixa autorizado um "débito calção" de 150 euros. Caso você não devolva a bicicleta, eles fazem o desconto no cartão. Justo. Para moradores, há um abonnement de um ano que custa 29 euros. Mas esse é preciso mandar um cheque e um papel autorizando o pagamento via correio.

O processo no computador é simples e fácil. Sem maiores problemas. No fim, você recebe um papel com um número. Guarde-o bem. Você irá precisar do número toda a vez que quiser retirar uma bicicleta.



Bom, os primeiros 30 minutos são "gratuitos". Caso você se atrase ou não encontre uma borne para deixar a sua bicicleta (muitas vezes as estações estão lotadas, você pode dar uma paradinha e pedir mais uns 15 ou 20 minutos a mais. Isso não custará nada. Mas, se você não fizer isso, é descontado do seu cartão, 1 euro pela primeira meia hora, 2 por mais 30 minutos e outros 4 euros para cada meia hora depois disso. Mas você pode pegar quantas bicicletas você quiser. Exemplo: se eu, louca, quiser andar por toda Paris de bicicleta em um dia - como ir de La Défence a Vencennes, dando um pulinho até Saint Denis e Châtillon-Montrouge - é só eu entregar a vélo a cada 30 minutos numa borne e, imediatamente depois pegar outra. Entrego e pego, entrego e pego. E por aí vai...

Há um telefone para qualquer pepino. Funciona. No meu primeiro passeio com o meu passe de uma semana, perdi o ticket com o meu número. No dia seguinte, ligamos para o tal telefone, mas, no meio do processo, a ligação caiu… Depois, o tempo de espera era grande e estávamos num celular. Ou seja, desisti temporariamente e fiz um abonnement de um dia. No dia seguinte, Tânia finalmente ouviu as mensagens do seu celular, que estava, até então, desligado. Uma das mensagens era da atendente, dizendo o meu número da vélib’’. Incrível, não?



A bicicleta é ótima. Tem três marchas, uma cestinha na frente e está, até então, inteira. É claro que algumas estão quebradas. Mas um carro se encarrega de repô-las.

Paris tem cerca de 370 quilômetros de ciclovia. Mas, aqui, o ciclista anda boa parte na rua mesmo, e na companhia de ônibus e carros. Perigoso? Sim. Mas, lembrem-se de que o trânsito aqui é um pouco mais civilizado do que o carioca (em especial). Claro que os motoristas correm aqui, fazem barberagem, avançam sinal, mas eles são mais prudentes. Mães, não se preocupem, ok?




Há quem diga que o projeto teve um custo de cerca de 90 milhões de dólares e foi bancado por uma empresa de mobiliário urbano. A mesma responsável pelos pontos de ônibus e painéis publicitários em diversas cidades do mundo, inclusive no Rio de Janeiro e São Paulo. Mas, confesso, não apurei direito a informação.


A vélib’’ poderia ser um ótimo novo factóide para César Maia. Mas não acredito que funcionaria no Rio. Pelo menos por enquanto. Em primeiro lugar, as bicicletas aqui andam no mesmo fluxo que os carros. E andam nas faixas dos ônibus. Ou seja, no Rio, o motorista teria que aprender que a bicicleta irá, sim, dividir espaço com ele e que, não, não é para jogar o carro, a moto ou o ônibus no amiguinho que está de bicicleta. Por outro lado, quem está na magrela (paulistês, sei) precisa conhecer o código de trânsito da cidade e que contra-mão é contra-mão para todos, inclusive para a bicicleta (quem nunca foi atropelado ou quase por um imbecil de bicicleta que andava na contra-mão?).

De acordo com a super-matéria da super Sopinha Cerqueira, feita pra Vejinha em 2002, o Rio tem "a maior malha cicloviária do país, com 100,7 quilômetros e com outros 38,4 para serem construídos (será que foram?) e que são cerca de 2 milhões de bikes circulando. Moi je trouve uma doce ilusão achar que o carioca vai de bicicleta pro trabalho. Concordo mais com o que o Tutty Vasques escreveu, na mesma veja rio...

http://veja.abril.com.br/vejarj/280207/cronica.html

O trânsito daqui é muito mais civilizado do que o daí, claro. Isso, ninguém duvida. Mas, é preciso ter muito cuidado e saber onde você pode e onde você não pode andar. Um vacilo e você leva uma buzinada, é xingado pelo motorista. O sistema funciona e funciona bem. E Paris toda usa. Deu certo, pegou entre a população e os turistas. Eu ainda preciso conhecer mais as ruas da região pra ter segurança para andar sozinha. Não quero levar esporro de motorista mal-humorado.


Números:
15 de julho:
Bornes – 750
Vélos – 10.648

Previsões:
3 de setembro: 31 de dezembro:
Bornes - 1.000 Bornes - 1.451
Vélos - 14.197 Vélos - 20.600

As primeiras constatações

Aqui, o sujeito responsável por medir o consumo de luz vai até o prédio ou de dois em dois meses ou de três em três meses. E a gente paga a conta bimestralmente. O relógio que mede o gasto de energia fica dentro do apartamento. No tão esperado dia da visita – é colocado um cartaz na portaria informando quando o sujeito vai passar - ou você está em casa, esperando por ele ou você coloca na sua porta o número encontrado no medidor. Nos meses em que o cara não passa, o valor é calculado a partir da média do gasto.
Não, não vale a pena mentir porque, mais cedo ou mais tarde, o cara vai ver que o consumo é maior que aquele que você disse. Portanto, confiança é tudo.


Abonnement…
Essa é a palavra –chave para quem mora na França.

Há abonnement para tudo. Confesso que não sei se há uma palavra no português. Significa taxa de inscrição, matrícula, é mais ou menos por aí. Uma vez ciente de que há abonnement para tudo, você está bem.
Tem abonnement para fazer o pacote televisão, internet e telefone. Tem abonnement para poder andar de vélib’, tem abonnement para fazer carteirinha de uma rede de cinema, para poder freqüentar uma piscina pública e por aí vai.

Outro aspecto interessante…


Essa todos já conhecem. Ou viveram ou já ouviram falar: aqui todos correm. Sabe-se quem é turista e quem não é não pela mochila que carrega, ou pelo mapa nas mãos, mas pelo comportamento no metrô. Anda devagar? Procura as placas? É turista. Atropela quem estiver à esquerda nas escadas rolantes? Corre feito um louco pelos corredores do metrô e esbarra em todo o mundo? É um legítimo parisiense.

Mas calma, nem tudo está perdido. Você pode se tornar um a qualquer momento.



É impressionante como o mundo vive aqui. Fora esse aspecto da correria, é complicado distinguir quem mora aqui, quem nasceu aqui e quem está só de passagem. Todas as cores, todas as religiões, todas os países, todas as nacionalidades estão em Paris. Amo muito tudo isso!


Do it Yourself

Paris é punk! Punk no sentido movimento cultural e no sentido paulistanês de falar.
Aqui você faz tudo. Ninguém faz nada para/por você. Se vira, malandro!
Quer comprar na Ikea (a matriz da Tok Stok, só que mais barata)? Beleza. Pegue o carrinho, escolha o que vai ser e depois trate de pegar no estoque. Precisa de tecido pra fazer uma cortina? Bom, então terás que saber cortar direitinho o tecido porque ninguém fará por você. Quer pintar o apartamento? Quebrou um vidro da janela? Não, não tem seu Sales, não tem seu Raimundo, nem Sebastião, seu José, não tem a super Elizete para ajudar na faxina... Não tem batatinha! A não ser que você seja podre de rico. Mas acho que o público desse blog não é esse (se eu estiver enganada, please, let me know!).
Como pra tudo tem limite, eu não cortei o tecido... porque teria eu que fazer a cortina. OU seja, teremos que compra-la pronta.



A cereja do sorvete

Se você tem um dinheirinho a mais e quer colocar numa aplicação, ótimo! Sorte a sua. Aqui, poderá render cerca de 2%, 3%. Um bom valor se compararmos com as aplicações dos fundos mais modestos e conservadores brasileiros. Pelo menos nenhuma aplicação minha chegou a ultrapassar 1%. Estou falando aqui de aplicações modestas!
Mas tem alguns aspectos curiosos: o primeiro deles é que os rendimentos só são dados para aquela aplicação no dia 31 de dezembro, assim como a retirada dos impostos. Outra coisa - e foi a que eu mais gostei… há um limite de aplicação nesses fundos. Sim, claro, Isabel, óbvio. Não, o limite aqui é pra cima. Você não pode ter mais do que 4000 euros nesse fundo. No outro, não pode ultrapassar 4500 euros… e por aí vai. Tânia perguntou por que isso. A gerente sacou a seguinte resposta: “Não sei. Temos limite para tudo, até para investir o dinheiro”. Incrível, não?
Depois do moço da luz passar aqui em casa, dos abonnements, do teto máximo de aplicação financeira, fora tudo o que o estado faz pelo cidadão... começo a achar que os americanos estão certos (vocês precisam ver Sicko, do Michael Moore): a França é um país socialista.

terça-feira, agosto 28

A semana

Ontem fez uma semana. Uma semana de Paris, incriveis passeios, romance, luxo, glamour e seduçåo, correto?
Nada disso. Uma semana presa num 35 metros quadrados, pintando e pintando... sem parar. Foram cerca de 10 horas diárias. Meu corpo está todo moído. No, nåo acabou ainda. A pintura já terminou, mas agora falta o pior: a limpeza. Como eu gostaria de dizer que vou comprar uma coca-cola e só voltar no domingo, quando, espero, tudo esteja nos conformes...

Ontem também começaram as aulas. Foi fogo na canjica... Me senti um peixe fora d'água. Tudo bem, primeiro dia, é assim mesmo, vamulá. Depois mando mais informaçoes. Agora tenho que me arrumar pras compras, aula e sujeira, digo, limpeza.

Seguem algumas imagens. Recomendo que abram o águatemnacarne e vejam ao mesmo tempo o antes e o depois.



Taninha: "acho que vou pintar o teto de bege"






Bom exemplo de antes e depois.


Assaltantes mascarados invadem apartamento em Paris: "mon dieu", disse um deles. "vamos fugir antes que sobre pra gente ajudar!"

sexta-feira, julho 6

Narcist or control freak?
You pick one...

quinta-feira, abril 12

Cabeleireiros são os profissionais mais felizes

Deu na BBC Brasil:


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Cabeleireiros são os profissionais mais felizes, diz pesquisa

Bom ambiente de trabalho parece ter grande influência na satisfação
Os cabeleireiros ficaram em primeiro lugar no índice geral de satisfação no trabalho, de acordo com pesquisa realizada pela consultoria vocacional inglesa City & Guilds.

Cerca de 57% dos representantes da categoria consultados admitiram estar felizes quando retornam ao trabalho.

Pelo mesmo critério, gerentes de recursos humanos, em contrapartida, ficaram em último na lista (2%), seguidos pelos advogados (4%) e por secretárias (4%).

A pesquisa mostra uma relação clara entre satisfação profissional, remuneração, ambiente de trabalho e nível de treinamento.

Por volta de 32% dos mil profissionais das diversas áreas pesquisadas revelaram estar infelizes no trabalho.

Outros 19% dos entrevistados gostariam de fazer algo mais gratificante, enquanto 15% prefeririam um horário de trabalho mais flexível.

Ambiente

A influência do ambiente de trabalho na felicidade profissional foi considerada o fator mais importante por quase um terço das pessoas com salários entre R$ 40 mil e R$ 60 mil por ano (10 mil libras a 15 mil libras).

Entre profissionais que anualmente ganham entre R$ 160 mil e R$ 180 mil (40 mil a 45 mil/ano), apenas 5% deram a nota máxima ao quesito ambiente de trabalho.

Mas, para 26% dos empregados, o incentivo financeiro é o principal fator de felicidade no trabalho.

Entre os empregadores, só 17% têm a mesma percepção, segundo a pesquisa.

Isso indica, de acordo com os especialistas, que salários mais altos nem sempre deixam funcionários e ambiente de trabalho mais felizes.

Treinamento

Para quase um em cada dez dos pesquisados, treinamento e desenvolvimento fariam o trabalho mais satisfatório.

"Está na hora de empregadores acordarem para essa situação, pois todos nós sabemos que uma força de trabalho feliz é muito mais produtiva", disse Chris Humphries, diretor-geral da City & Guilds, realizadora da pesquisa.

"Além do mais, investimento em treinamento faz com que funcionários se sintam prestigiados e conseqüentemente sejam mais leais."

A pesquisa revelou também que os chefes imaginam índices menores de satisfação dos empregados do que a realidade.

_______

Bom, o que podemos dizer sobre a pesquisa...

Em primeiro lugar: eu não estou só. O que já sabia, mas é sempre bom ter uma pesquisa para dar credibilidade aos meus sentimentos e fellings.

Segundo: pobres dos gerentes de recursos humanos. Tadinho de papai. Mas também, os caras vivem numa corda bamba. Deu craca na empresa, precisam cortar $$, eles são os primeiros a rodar. Afinal, pra que servem???

Outro fato curioso: não há jornalistas entre os exemplos. Nem entre os mais felizes, nem escondidos entre os miseráveis. Ou eles estão no meio - e nunca são citados nas matérias que usam pesquisas já que são desinteressantes jornalisticamente, ou seja, não são nada, não têm nenhuma importância, resumindo, são uns merdas. Ufa... Ou então a pesquisa não foi até eles. Quer dizer, jornalistas não são representativos, é melhor que fiquem esquecidos, não têm importância nenhuma, resumindo são uns merdas.
No limbo estão os advogados (eu sabia!!!!) e secretárias. Bom, pobres, elas aturam todos na empresa. Felizes, infelizes...

É bom saber que o ambiente está atrelado à felicidade do profissional. Ótimo, não? Sim, incrível. Mas, note bem...o bom ambiente de trabalho é o mais importante para os pobretões da pesquisa. Sempre eles pensando numa válvula de escape para tentar ser um pouco mais feliz trabalhando. Ai, ai... Já quem está bem na fita, já não está nem aí pro ambiente (o que diz muito sobre o comportamento pseudo-humano de alguns chefes).

Incentivo financeiro é quase sempre bom. Treinamento e desenvolvimento também. Claro! Ninguém é madre Teresa e ninguém quer ficar no pau de arara pra sempre. Aprender, ganhar dinheiro, melhorar na vida não faz mal a ninguém, ? Pra ficar completo mesmo, bom seria se tivesse nas empresas canja de galinha. Acho que vou fazer cursinho de cabeleireira...

quinta-feira, março 15

Não é muito difícil entender a minha atração por filmes bobinhos. Bom, fui criada e educada por alguém que gosta de todos os tipos de filme e, como eu era a caçula, ele me dava um desconto entre um Vera, de Sergio Toledo (esse até era bom), Brás Cubas, de Julio Bressani e Cinema Falado, de Caetano Veloso (gente, eu já sofri muito nessa vida!) e me levava para ver Três Solteirões e um Bebê (versão francesa, bien sûre), Austins Powers, entre outras bobagens.

Mas eu sei que a "comédia-romântica" destrói com qualquer perfil orkutiano. Até mesmo aquela que precisa dar uma descontraída, só pra parecer cool depois de dizer que ama Bressani, Peter Greenaway e Godard.
Pega mal entre os amigos estudiosos, acadêmicos, cinéfilos... Pega mal.
Mas a gente não pode negar esse meu lado.

O último visto foi Letra e Música, uma deliciosa bobagem estrelada pelo mestre dos mestres em comédias-românticas, Hugh Grant, acompanhado dessa vez de Drew Berrymore. Ela nunca me disse a que veio, sinceramente. Fora os escândalos pós-ET, que ela tinha cheirado, fumado, bebido, comido, surtado todas, nunca me interessei muito por ela...
E quando vi anunciarem o longa e vi os dois juntos pensei: "hum, isso aí é uma roubada" (olha o lado intelectual falando mais alto). Até que alguém me disse que era bom, depois o Rogério (Durst) cantou a bola e, pronto, lá fui eu com meus amigos sssuuuuupper cools (Dimitri e Tânia, claro!) para ver esse filme.

Bom, quem viu sabe: você não precisa ver os (cerca de) 100 minutos do longa para amar o filme de paixão. Basta ver o clipe de três minutinhos e pronto. Já valeu o ingresso. Uma pérola que só quem viveu os anos 80 (ai, mais uma vez dou uma de Glória Maria) vai entender bem o que quero dizer.









Todos os clichês estão lá. Todos aqueles videoclipes furrecas do Duran Duran , A-Ha, Wham!, (ou então esse aqui) e tantos outros topetudos dançarinos estão representados naquela banda.


E quando você estiver de bode, coloque um dos vídeos para rodar. Vai te fazer muito bem.


terça-feira, janeiro 30

Como respirar em tempos nebulosos?

Como alcançar a simplicidade?
Como buscar a simplicidade?

Como chegar até a areia
se o asfalto queima os pés?

Nem sempre a sandália está por perto.