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quinta-feira, setembro 13

As primeiras constatações

Aqui, o sujeito responsável por medir o consumo de luz vai até o prédio ou de dois em dois meses ou de três em três meses. E a gente paga a conta bimestralmente. O relógio que mede o gasto de energia fica dentro do apartamento. No tão esperado dia da visita – é colocado um cartaz na portaria informando quando o sujeito vai passar - ou você está em casa, esperando por ele ou você coloca na sua porta o número encontrado no medidor. Nos meses em que o cara não passa, o valor é calculado a partir da média do gasto.
Não, não vale a pena mentir porque, mais cedo ou mais tarde, o cara vai ver que o consumo é maior que aquele que você disse. Portanto, confiança é tudo.


Abonnement…
Essa é a palavra –chave para quem mora na França.

Há abonnement para tudo. Confesso que não sei se há uma palavra no português. Significa taxa de inscrição, matrícula, é mais ou menos por aí. Uma vez ciente de que há abonnement para tudo, você está bem.
Tem abonnement para fazer o pacote televisão, internet e telefone. Tem abonnement para poder andar de vélib’, tem abonnement para fazer carteirinha de uma rede de cinema, para poder freqüentar uma piscina pública e por aí vai.

Outro aspecto interessante…


Essa todos já conhecem. Ou viveram ou já ouviram falar: aqui todos correm. Sabe-se quem é turista e quem não é não pela mochila que carrega, ou pelo mapa nas mãos, mas pelo comportamento no metrô. Anda devagar? Procura as placas? É turista. Atropela quem estiver à esquerda nas escadas rolantes? Corre feito um louco pelos corredores do metrô e esbarra em todo o mundo? É um legítimo parisiense.

Mas calma, nem tudo está perdido. Você pode se tornar um a qualquer momento.



É impressionante como o mundo vive aqui. Fora esse aspecto da correria, é complicado distinguir quem mora aqui, quem nasceu aqui e quem está só de passagem. Todas as cores, todas as religiões, todas os países, todas as nacionalidades estão em Paris. Amo muito tudo isso!


Do it Yourself

Paris é punk! Punk no sentido movimento cultural e no sentido paulistanês de falar.
Aqui você faz tudo. Ninguém faz nada para/por você. Se vira, malandro!
Quer comprar na Ikea (a matriz da Tok Stok, só que mais barata)? Beleza. Pegue o carrinho, escolha o que vai ser e depois trate de pegar no estoque. Precisa de tecido pra fazer uma cortina? Bom, então terás que saber cortar direitinho o tecido porque ninguém fará por você. Quer pintar o apartamento? Quebrou um vidro da janela? Não, não tem seu Sales, não tem seu Raimundo, nem Sebastião, seu José, não tem a super Elizete para ajudar na faxina... Não tem batatinha! A não ser que você seja podre de rico. Mas acho que o público desse blog não é esse (se eu estiver enganada, please, let me know!).
Como pra tudo tem limite, eu não cortei o tecido... porque teria eu que fazer a cortina. OU seja, teremos que compra-la pronta.



A cereja do sorvete

Se você tem um dinheirinho a mais e quer colocar numa aplicação, ótimo! Sorte a sua. Aqui, poderá render cerca de 2%, 3%. Um bom valor se compararmos com as aplicações dos fundos mais modestos e conservadores brasileiros. Pelo menos nenhuma aplicação minha chegou a ultrapassar 1%. Estou falando aqui de aplicações modestas!
Mas tem alguns aspectos curiosos: o primeiro deles é que os rendimentos só são dados para aquela aplicação no dia 31 de dezembro, assim como a retirada dos impostos. Outra coisa - e foi a que eu mais gostei… há um limite de aplicação nesses fundos. Sim, claro, Isabel, óbvio. Não, o limite aqui é pra cima. Você não pode ter mais do que 4000 euros nesse fundo. No outro, não pode ultrapassar 4500 euros… e por aí vai. Tânia perguntou por que isso. A gerente sacou a seguinte resposta: “Não sei. Temos limite para tudo, até para investir o dinheiro”. Incrível, não?
Depois do moço da luz passar aqui em casa, dos abonnements, do teto máximo de aplicação financeira, fora tudo o que o estado faz pelo cidadão... começo a achar que os americanos estão certos (vocês precisam ver Sicko, do Michael Moore): a França é um país socialista.

4 comentários:

Anônimo disse...

Bel, vc não entendeu nada sobre a cobrança da luz. Na verdade a conta chega a cada 2 meses (pois aqui ninguém gosta de pagar coisas mensalmente), mas o cara só passa no prédio 2 ou 3 vezes ao ano e pra corrigir a cobrança.

missbutcher disse...

Ah, tá...

ana k. disse...

vive la france!
bom, tem que se ganhar algo pelo canto/danço/interpreto, né?
Se tem que se virar, que pelo menos o resto todo funcione. Eu preferia mil vezes fazer um curso de corte-costura e fazer minha própria cortina a ficar horas reclamando da cobrança indevida da conta pelo 0880 da light que não funciona...
Imagina só que beleza: o salário da faxineira poupado dando renda de 3 por cento!
beleza pura, ainda se aprende françes, faz exercício barato diariamente, etc...
Eu morro de inveja.
Beijos,

missbutcher disse...

É Ana, mas a Ikea tá dando um olé n'agente. Até agora nada dos móveis! Nem sempre é tããão eficiente assim...