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quarta-feira, maio 13

Campinas 1

"Gira, gira, gira o botão. Gira, gira, gira, gira, gira! Gira logo, vai!"

"isso não vai dar certo, vai dar merda e ela vai ficar com muita raiva".

gira, gira, gira, gira, gira, gira, gira, gira.

E ele não parava de falar, bem no meu ouvido, como um diabinho, me tentando. É. Ele não tem coragem. Mas ele sabe que eu, sim. Eu era o pontapé inicial, eu era a primeira marcha que desencadeava todas as besteiras.

Foram alguns segundos, mas eu estava relutante. Não precisava nem me esforçar muito para girá-lo. Estávamos estrategicamente posicionados, escondidos e de cara com O botão.


Campinas quando se tem 5, 6 anos parece cidadezinha dessas pacatas, tranqüilas onde o tempo passa de vagar. Apesar da casa, com jardim e tudo, do primo favorito, da tia incrível e das brincadeiras sem parar, duas pestes juntas não poderia dar certo por muito tempo. A merda era inevitável. Era estado E duas crianças internacionalmente conhecidas por serem uns amores, mas também diabinhas, numa casa - simpática, com jardim e tudo -, com uma tia gravidíssima, não podia dar certo. Em algum momento ia desandar. Era estado e(i)minente constante.

Até que demorou esse momento. Demoramos para desandar.

Era preciso acontecer, entende? Fazia parte das férias, do contexto. Fazia parte do nosso caráter, do nosso aprendizado. Não, não havia, ali, uma alternativa.


Ela deu uma bronca daquelas, diga-se. E ficou dois dias sem falar com a gente. Ficamos de castigo (e precisava?). E eu, senti a culpa. Culpa por ter girado o botão. Culpa por ter, mais uma vez, me influenciado. Por ter decepcionado a tia que eu tanto amava. Mas, arrependimento? Hum, sei não...

4 comentários:

Unknown disse...

Eu lembrava disso, mas não imaginava que sua lembrança era tão detalahda rsss. Não lembro de ter visto a tia tão brava.
Mas no fundo sabia que não havia do que se arrepender, por mais absurdo que fosse aquilo.

isabelbutcher disse...

Bom, devo confessar que foi o "estilo literário", se é que existe um, que me fez exagerar. MAs lembro que ela ficou, pelo menos, um dia sem abrir a boca pra falar com a gente.

Unknown disse...

O que quis dizer é que realemnte nunca tinha visto ela tão brava. Ela ficou sem falar comigo também. Deve ter sido uns dois dias mesmo.
Ela olhava para mim e rugia, falendo cara feia.. me deu medo.
Ao que parece a maquina não quebrou..

missbutcher disse...

Ah, sim!

Putz, ela ficou decepcionada com a gente. Não esperava que os sobrinhos queridos fizessem uma sacanagem com a tia predileta deles...