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quarta-feira, agosto 26

nota 5,0

Como é difícil postar. Escrever algo genial para que um ou dois amigos comentem dizendo que gostou, acrescentando um dado, uma piada... Difícil ser genial todo o tempo. E sempre que penso nisso, lembro das frases filosóficas de geladeira que eu tanto gosto. "tenha uma vida perigosa, faça pipoca com a panela sem tampa" (ou algo assim)... essas frases incríveis que a gente lê como frase bíblica.

Uma das minhas favoritas é uma ode à mediocridade: "uma idéia razoável colocada em ação é muito melhor que uma grande idéia arquivada". Ela estava na geladeira carioca e eu trouxe pra cá. Sim, o imã viajou comigo milhas e milhas para me servir de inspiração. Não era bem para esse momento-blog, mas para, quando começasse a escrever a dissertação de mestrado, eu olhasse para ela e disesse, "ok, serei razoável, não vou pensar em cada palavra.

Isabel, lembre-se "uma idéia razoável colocada em ação é muito melhor que uma grande idéia arquivada". Lembre-se, lembre-se sempre disso, Isabel!!! E hoje finalmente ela me veio à cabeça. Não para o mémoire. Mas para lembrar-me que não consigo postar nada decente há séculos. De que tenho idéias incríveis para os blogs, mas elas simplesmente não saem do papel ou do disco rígido (seja do computador ou da cabeça).

Pois vamos fazer uma ode à mediocridade. O que há de mal em ser medíocre? Mediana. Nem mais nem menos, na medida. Pas mal, hein? É, médio é um bom tamanho, médio é legal. In beetween.

E eu não vou citar ninguém importante. Texto medíocre não pode ter idéias, citações de outros. Tem que ser seu. É a autenticidade da mediocridade! Cool..., medíocre é também ser original. Sem pretenções. Detesto gente pretenciosa.


(esse post estava arquivado no HD do computador desde o dia 14/11/2008).

8 comentários:

Dimitri BR disse...

oi Bel!

posso ser o o "amigo a acrescentar um dado"? :]

entonces: o tal conselho do imã de geladeira - que você considerou importante o bastante para levar pra Paris -, assim como está formulado, talvez seja mesmo uma "ode à mediocridade".

MAS penso que, no que ele tem de mais importante e verdadeiro, ele pode ser lido primordialmente como uma exortação à concretização.

ou seja, eu o leria assim: "uma idéia concretizada é melhor que uma idéia arquivada".

sem qualificativos. apenas, realização X não-realização.

cada vez eu concordo mais com essa idéia, e mais: acho que, com o "mundo reeditável" em que vivemos, e a conseqüente vigência do "work-in-progress", cada vez mais o importante é dar a cara à tapa, botar o bloco na rua.

Dimitri BR disse...

nem a propósito, ontem mesmo estava conversando disso com o mantovani e ele me contou de um conceito retirado - veja que fonte nobre, você vai adorar - de livros de auto-ajuda.

o conceito era que 80% do resultado de um projeto vem de 20% do seu esforço no tal projeto; já os outros 80% de esforço que você vai ter vão contribuir com apenas 20% da resultado.

ou seja: o valor da idéia original (e de pôr-se em campo) é muito maior que o dos meses a fio obcecando-se com detalhes de finalização.

(aqui me sinto levado a acrescentar, sem falsa modéstia, que a própria existência do blog do mantovani se deve em parte à minha insistência pra que ele publicasse logo algo - e me diga se não é melhor que possamos ler seus poemas!)

Dimitri BR disse...

pra completar (!), eu ponderei que talvez a única área em que se justificasse empregar 80% de esforço pra acrescentar apenas os 20% a mais no resultado fosse, justamente, a da produção artística ou intelectual.

porque nesse tipo de obra o detalhe muitas vezes é o que conta.

mas o conselho inicial continua valendo: o feito sempre sai na frente na disputa com o não-feito.

(além disso, na hora da obsessão, lembre-se: os 80% de uma pessoa perfeccionista sempre são muito mais que os 100% de uma pessoa desleixada! ;-)

beijos.

Nicolau disse...

Devo dizer que concordo com tudo o que o Dmitri disse aí em cima. Acrescento uma frase que ouvi ontem pela primeira vez (meio óbvia mas achei legal): "o ótimo é inimigo do bom."

Beijos

missbutcher disse...

Meu querido, muito obrigada pelas suas reconfortantes palavras.

Mas, não sei, não, acho que o que acontece é que usamos uns 60 a 70% do tempo sofrendo com o trabalho. Aí, temos que investir uns 120% de esforço para efetivamente fazer o trabalho.

Enfim, não sei. Vou trabalhar mais um pouquinho e depois te respondo melhor.

missbutcher disse...

Sabe, no momento, nem busco perfeccionismo, essas coisas porque sei que daqui essas coisas não saem mesmo (não é por nada, não, é simplesmente que isso não existe). Só quero olhar para as tais páginas (mesmo se forem menos que o usual) e falar : ok, foi o melhor que pude fazer. Mas, sinceramente, também não acredito nisso. porque sei que poderia fazer melhor do que estou fazendo. Enfim, eu não estou satisfeita nunca. E o pior é que, contrariamente à minhas convicções ideológica, até penso num doutorado só pra provar para mim que posso fazer melhor...
aiai

missbutcher disse...

...convicções ideológicaS...

ana k. disse...

bel,
já que o ótimo é inimigo do bom, digo açgo: sofria a vida interia com esta frase achando que se não fosse ótimo, melhor nem começar a fazer. já era adulta quando descobri que o bom era suficiente. patológico, não? Uma mistura de superego macabro com prepotência do cacete!
faça o bom, e o bom é o possível!